PARTIDOS, FALSAS ELITES FALIDAS?


Acredito na liberdade e no espírito de iniciativa
e acredito no carácter transitório e instrumental dos partidos polítcos,
somente com futuro, na medida em que se reformem, rejuvenesçam,
e se remoralizem para além dos fundos de que necessitam para sobreviverem,
e na medida também em que se aproximem em verdade
do terreno concreto dos cidadãos, coisa de momento fora de causa.
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Note-se que nem sequer as militâncias partidárias
os suportam porque debandam de o ser.
O que os suporta são interpostos grupos económicos,
muito interessados naturalmente no rumo das diversas políticas,
que tão dramaticamente os implicam
com apoios e recursos comunitários ou estatais
de que se tornaram dependentes.
lkj
Esta é uma problemática que faz perigar os resquícios mal remanescentes
de democracia, cuja actualização formal se arcaiza mais e mais de ano para ano
e de ano para ano demonstra maior fosso pelo perigoso alheamento
de um número cada vez mais esmagador de cidadãos,
com a sua mensagem subliminar: «Não nos revemos em vocês.
Vocês degradaram-se em funcionários de vocês mesmos».
lkj
Se o País profundo segue anestesiado, desabafatório e dormente,
a sociedade pensante e fervilhante de interesses,
uma pseudo-elite de técnicos, bloggers, jornalistas e analistas,
nada pode contra a anomia cultivada pelo Regime,
nada penetra e transforma a grande massa de onde deveria emanar,
por isso mesmo pratica clichés, fecha-se à vida, exemplifica servilismo,
encolhe os ombros e não reflecte numa perspectiva de totalidade.
lkj
Partidos, blogues, jornais, correm o risco de não passarem
de uma classe fechada e sequestrada da vida portuguesa,
passivamente caucionando, por fraccionamento e desunião,
um estado de coisas onde, apesar dos Magalhães
e de equivalentes passes de louvável demagogia,
se vai reforçando que o nível cultural do País não pode ser alto
onde o nível económico é baixíssimo e visto como louvável que assim prossiga,
coisa afinal insolentemente patrocinada ao longo de demasiado tempo
por um conluio de cleptómanos refinados.
lkj
Ora, como agora se vê cristalinamente pelo Mundo,
o problema das elites é o problema da massa
porque elite e massa são mutuamente dependentes: ser elite não é praticar
a impermeabilidade em relação aos problemas da massa,
mas problematizar com acuidade e perfeição os seus problemas.
Blogues, partidos e jornais, elite seleccionada da massa e dela emanada,
têm, portanto, de se interpenetrar mais e representar não os interesses particularistas,
mas recolocar no centro a capilaridade de problemas
com que enquanto Povo nos estamos a confrontar.

Comments

Pata Negra said…
É fácil concordar que os partidos são como os pintas. Tenho para mim, entanto, que não se podem deixar andar á solta. Por isso, voto sempre.
Ah sacana que me pregaste uma partida: eu tinha prometido, por princípio politico-caprichoso, que nunca poria os pés no Blasfémias - foram apenas uns instante, deu para ver que o fundo do cabeçalho é castanho.
Um abraço duro de partir
Tiago R Cardoso said…
Também pela blogosfera as elites desceram à praça, acham-se os maiores, dirigem multidões.

Prefiro aqui este cantinho, sossegado, onde cada palavra, cada opinião conta, onde de vez em quando se pode fazer o circulo do polvo.
Anonymous said…
Belas palavras as tuas Joshua, mas nenhuma será novidade.. mais grave que o povo estar sempre com a pata posta em cima, e nada fazer... recolher-se na concha à espera que mude a maré.
Esquecem-se é que a maré é o povo que a muda...

Um País onde muito se fala e pouco se faz!


Em todo o caso a maré muda, mas as águas são sempre duvidosas ;)

beijinho

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