AO FEDOR DE UMA ORGIA FULGURANTE

Um ano decorrido após o Estado Português ter ficado a um mês de não poder cumprir os seus compromissos, a bancarrota foi evitada. Foi evitada graças ao PSD, ao CDS-PP, ao BE e PCP, graças aos alertas mais ou menos veementes e convenientes do Presidente da República, graças ao sentido construtivo e moderado dos sindicatos lúcidos para não reeditar Atenas, graças ao bom senso dos patrões, à intervenção cívica de alguma imprensa, à acção denunciante de jornalistas. Até ao momento em que o famigerado Governo Minoritário da Pré-Bancarrota se demitiu, após anos de orgia fulgurante entre dívidas abusivas e negócios ruinosos para o Erário, embalamos para mais longe um Primeiro-Ministro populista, demagógico, videirinho e estúrdio, nado e criado nos corredores do oportunismo partidário, o qual papagueava optimismos e amanhãs canoros. Como diz António Borges, «a situação de bancarrota desapareceu». Inverteu-se uma lógica de Estado suicidária contra a qual Medina Carreira longos anos esbravejara.

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