PS NAMORA BE

Francisco Louçã colou um partido de radicais multissensíveis de Esquerda que fugiu ao exercício do Poder, nacional e local, e a compromissos com ele-Poder, como o diabo foge da cruz. Mas foi coreografando todos as rebeliões falhadas e minoritárias que se poderiam conceber. O BE está contra? É porque a medida, a mudança, a lei é boa, tirando o estar contra tantas mentirosas e atoleimadas decisões dos anos socratistas. Agora como um testamento, passagem de testemunho, Louçã propõe uma sucessão bípede, decapitada de sentido ou eficácia. A liderança do BE será o que será. Mas há algo a louvar no passado recente, um penúltimo acto nobre de Louçã-BE que o coloca mais como um português de fundo prudente e consciencioso que um mero fantoche da ideologia trotskista em formol: contribuiu para a queda de um Governo apodrecido e videirinho do PS, altamente danoso ao País, capaz de todas as manobras e mentiras para sobreviver no topo da cadeia alimentar, garantia de bons negócios comissionistas e largos dias a viver de rendas em Paris. É ainda com base nesse portuguesismo intuitivo e prático de Louçã que tal partido ainda hoje rejeita encontrar plataformas de entendimento com esse PS. Derrubado por ser Erro, nem carne nem peixe, tão burguês, quando governa, como a chamada Direita Burguesa que hoje tenta fazê-lo, o PS não atina com o seu caminho. O BE sabe ser o PS simultaneamente partido ancorado ao Memorando da Troyka e agente recente da maior rapina comissionista à pala das funções executivas de que há memória em quase novecentos anos. Se esse PS é Esquerda e de Esquerda, então o Pinóquio existe. A Esquerda, PCP, BE, PS, enquanto Loucura, Irrealismo e Despesismo Amiguista Infrene, por esta ordem, pode ter a maioria dos votos nas sondagens, mas nunca a terá nos escrutínios. Ninguém aspira ao suicídio colectivo. Toda a gente percebe que é preferível que o PS se purgue de si mesmo, dos seus vícios, da sua sofreguidão maquiavélica: o actual estado do País deve-se às governações dementes do PS. É sintomático que a facção de esse partido com mais culpas, aliás grosseiras, no cartório deseje o caos, o fracasso, a derrapagem das políticas voluntarísticas a que este Executivo está obrigado. Como quem procura ilibar-se aflitivamente, é tão premente o desejo de provar a tese de que o melhor teria sido conservar o último Governo Sócrates e espremer até às últimas consequências o chamado PECIV, que a retórica desses ladrões passa por precipitar a realização de eleições antecipadas, custe o que custar.

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