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Ainda que minoritários, não faltam padecentes por causa uma palavrinha melindrosa de Marcelo sobre o Sacana de Paris. |
Os tísicos do socratismo de papel, infelizes e órfãos, não perdoam aquilo a que apodam de
«engano de Marcelo, ao atribuir ao Governo PS a decisão de cortar metade do subsídio de Natal em 2011». Para eles, casta de sujos, hipócritas e mentirosos, Sócrates seria a Salvação de Portugal contra os direitolas do PSD nas últimas legislativas, contra os seus saques. Esta horda de ex-assessores e pseudo-intelectuais reles, que assistiu imaginativamente o Fajuto de Paris no seu contumaz processo de Mentir, que participou nos actos e actas da sistemática desorçamentação de milhares de milhões em passivo nas Empresas Públicas, que escondeu a verdade das contas e dos défices, ainda supõe que Passos poderia evitar acrescentar à tragédia da Dívida Exorbitante Herdada, a tragédia ainda maior dos cortes. Não podia. O colossal buraco nas contas públicas é esse, são todos os fantasmas negados, todas as dívidas ocultadas, todos os fios de problemas sonegados e escondidos pelo rançoso socratismo, tanto quanto o impacto da austeridade implementada. Podem não faltar mentiras à campanha eleitoral do PSD nem incompetência ao Executivo de Passos, mas isso não faria do asqueroso socratismo, devorista, amiguista, desonesto, o nosso mal menor. Perdemos o espaço para males menores desses, amadores, demagógicos, traiçoeiros, videirinhos. Se o que se faz cá dentro nos credibiliza lá fora e protege de males maiores, é porque há qualquer coisa de consolidado e realista nesta Governação. Então por que espumam os cães de fila do socratismo pelo lapso de Marcelo?! Porque, e isto é mefistofélico, não o lapso terá sido de improviso; porque ele terá preparado com alguma antecedência a rábula a fim de que o labéu sobre Sócrates, o grande ausente e impronunciado na tormenta que atravessamos, permanecesse. Enfim, não há raciocínio mais estúpido nem estapafúrdio, mas o pessoal rançoso do socratismo, que ainda faz questão de penosamente permanecer vivo, presta-se a isso. Quando Passos vier anunciar o corte de um subsídio em 2013 a atingir todos por igual, recorde-se que quem nos encalacrou sorridente foi Sócrates, lembre-se que quem decidiu pela nulidade dos cortes à Função Pública foi o muito justo e bem intencionado Tribunal Constitucional: e não há alternativas muito mais justas e menos penosas ao corte que se prefigura. Se houver, digam os maricas machistas do socratismo quais. Marcelo, como a esmagadora maioria dos portugueses com um palmo de testa, sabe dos caminhos ínvios, do autodeslumbramento e do esbanjamento que o socratismo representou, para ser meigo. Não consegue deixar de se lamentar [nós também não!] de tal incineração de dinheiro. Marcelo pode e deve comentar o que quiser e como quiser. Não aquece nem arrefece. Entre um jogo de futebol e Marcelo, os portugueses preferem o jogo. Depois vão à Rede ver os pormenores. Também António Vitorino. Também Carrilho. O que não se suporta é que um bandido mal-fodido dum
Valupi, em cio ao nome de Sócrates, venha tentar transformar merda em caviar. Foi isso o que, basicamente, Sócrates tentou fazer. E conseguiu. Tal como o Pai-Natal. E o Coelhinho da Páscoa.
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