PS E ORÇAMENTO 2013

O PS que abriu caminho à intervenção externa e negociou o Memorando não tem outro caminho senão assumir as suas responsabilidades na votação do próximo orçamento de Estado para 2013. Abster-se. Boa parte da situação negativa económica e financeira pública advém, como toda a gente de boa fé sabe, de opções erradas tomadas em quinze anos de PS-Governo. Sócrates não hesitava: cavava dívida. Tinha coragem: chulava mais dívida. Tinha calculismo barato: acrescentava dívida à dívida. E usava da chantagem como primeira e única arma, mesmo sobre o seu elenco governativo. Evocar Teixeira dos Santos é convocar um espírito tolhido e encolhido sob as tácticas e jigajogas políticas apenas para somar vantagens eleitorais: demasiada loucura e temeridade nesse ponto redundaram nisto. Seguro não é assim. Apertei-lhe a mão recentemente, em Baião. Homem tímido, autêntico, pode ter todos os defeitos e insuficiências de liderança, mas não é uma besta descomedida e desonesta, segue de perto e com suficiente lealdade ao que seja o real e objectivo interesse de Portugal, neste momento. Relativamente cúmplice dos Governos da Pré-Bancarrota, não foi ele que dinamitou o País. O PS deve, portanto, abster-se porque foi responsável por boa parte da situação negativa da economia e das finanças públicas devido às opções calamitosas tomadas nos últimos anos, exemplo máximo da demagogia e da desonestidade. Impossível votar contra um orçamento que reforce a nossa parte de lealdade nos compromissos assumidos até que se consolide o fim da especulação com os juros da nossa dívida soberana e se corte com os efeitos do descontrolo eleitoralista e demagógico de Governos dados à rapina, grande causa dos desastres financeiros do nosso País, pelo menos. Os nossos problemas não se resolvem sem o saneamento das contas nacionais, à espera da intervenção do BCE. Resolvem-se com o PS regenerado, sério, bem comportado, responsável. Sim, é pedir o Céu. Mas não se pode pedir menos.

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