PARVO MITT ROMNEY, PERIGO AO LARGO

«A única boa notícia à vista na economia mundial, como já aqui escrevi, é a de que a população mundial tende a crescer dos atuais sete mil para os nove mil milhões até 2050. É na Ásia, África e América Latina que mais consumidores suscitarão maior crescimento económico. Se abdicarmos desses mercados estamos condenados a morrer pobres e velhos e a vermos os melhores trabalhadores e as melhores empresas a emigrarem da Europa (e não apenas de Portugal) sem fazer retornar riqueza para o velho continente. Mas isso só faz sentido se a Europa e os Estados Unidos impuserem um padrão ético, social e ambiental ao Mundo. Ninguém mais tem autoridade moral para o fazer. Se isso não acontecer estabelece-se um standard onde a lógica de mercado mais selvagem ou o arbítrio de ditadores de esquerda e direita é a lei. E isso quer dizer menos direitos sociais, desrespeito pelo ambiente e corrupção. Daí a importância das palavras dos gurus económicos de Mitt Romney. Quando a América opta pela desregulação e menores direitos sociais, como aconteceu com George W. Bush, a prazo é o Mundo todo a pagar a fatura. A América desequilibra a globalização cada vez mais a favor da Ásia. A diferença entre Obama e Romney é, em certo sentido, essa - Obama mais europeu, Romney mais asiático. Melhor seria portanto contarmos com Obama do nosso lado para mantermos a Europa como farol de civilização do Planeta. Mas não podemos deixar de ver este perigo: uma euforia ultraliberal a impor o seu padrão em todo o lado, todos os dias. Afinal, a quem damos o nosso 'voto' no hipermercado? E qual o limite para impor impostos aos que trabalham?» Daniel Deusdado

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