MIL RESPOSTAS
Chumbar o PEC IV foi a melhor decisão para os interesses dos portugueses. Faço parte da maior parte dos portugueses, portugueses miseráveis, portugueses pobres, portugueses remediados, portugueses traídos pelo aprendiz de Príncipe dos últimos anos. 90% dos portugueses sou eu. Arrostei com os Governos demagógicos de José Sócrates, arrostei com a perseguição aos professores, fui um resistente contra a Mentira Pura, a Conflitualidade Estéril, o Grande Dividir para reinar, as manobras de diversão e os negócios que permitem viver em grande e em luxo em Paris, com milhões suficientes para envelhecer e morrer entre champanhe e caviar. Por isso mesmo, o melhor que PSD, CDS, BE e PCP fizeram por mim foi chumbar o PEC IV, isto é, romper com essa lógica amiguista, devorista, intriguista, inconfiável, daninha, comissionista que se instalara na governação de Portugal e não olhava a meios para sugar os seus fins, ainda que no processo Portugal perecesse e se afundasse. Era uma questão de inteligência: os que cavaram e agravaram os problemas da nossa crise da dívida soberana, na sua especificidade local, não estavam, nunca poderiam estar, aptos a resolvê-la de boa fé, federando-nos. Se hoje os leprosos do socratismo invocam o Estado Social e os supostos ataques deste Governo ao Estado Social, isso não passa de cinismo e da mais deslavada e lacrimal dor corno. A sociedade que os socialistas apodreceram, encheram de caciques locais e nacionais, de lógicas de cunha, ganância, favorecimento horizontal, estagnação, carece de renovação radical. Ir ao bolso dos mais pobres e da classe média, afundar a economia, aumentar os sacrifícios, isso era algo a que nenhum incumbente, incluindo o autor do PEC IV, poderiam fugir, após o belo serviço de duplicar o endividamento em apenas cinco anos. Não vale a pena olhar para a árvore do eventual incumprimento das metas do défice acordadas com os credores para este ano e ignorar a floresta de credibilidade junto dos mercados, retracção dos juros, pagamento de tantas e tantas dívidas sucessivamente desorçamentadas pela habilidade dos Governos anteriores, os elogios e palavras de encorajamento vindas do exterior. É por isso, porque essa gente selecciona as dificuldades que lhe interessa explorar e porque rebaixa grosseiramente os actores da actual governação que não se pode deixar de triturar as suas aleivosias e pretensões de reescrita da História Recente. Os artistas da dívida e do aborto contraceptivo não se deterão enquanto não sobrevier o ferro e o fogo. São dementes reincidentes, absolutos desonestos do ponto de vista intelectual, ávidos de Poder para além de qualquer medida. É uma sorte bem portuguesa não estarem atrás das grades.
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