ENTRE O JOCOSO E O ABSURDO
As Políticas são cada vez mais desprovidas de lado esquerdo e de lado direito,
de um movimento para a Esquerda ou de um movimento para a Direita,
tornou-se ela, a política, somente o uso conciliado e complementar de duas mãos avarentas.
Durante alguns anos ainda se ensaiaram modalidades manetas,
algo idealistas, quer para um lado quer para o outro,
mas não resultaram ou porque os cidadãos ganhavam e o Estado indisciplinado perdia
ou porque o Estado disciplinador ganhava
e os cidadãos sofriam demasiado e por tempo de mais.
lkj
Nunca nos passaria pela cabeça que seria um Partido e um Governo
denominados de Socialistas, hoje um claro anacronismo em todos os sentidos,
a empreender a governança mais ultraliberal, mais impermeável ao social,
alguns dizem mais à Direita, que se poderia imaginar nos tempos mais recentes.
ljk
A tal ponto isto é verdade, a tal ponto essa reconversão é tão acentuada,
que pesadelarmente imagino que se o PCP se tornasse Poder,
o mesmo perigoso efeito reconversivo se verificaria obrigatoriamente e até seria mais grave:
teríamos assim um Governo Comunista ainda mais à Direita que o PS.
Aconteceu com Lula da Silva e aconteceu precisamente com este PS
quando comparado com outras forças políticas.
lkj
Por que motivo haveria o PCP de escapar a tal radical travestismo ultraliberal e de Direita?
Imaginar isto até inspira terror: os Partidos já não têm mais margem para idealismos.
O Poder e as Soberanias há já muito que não se gizam em Governo nenhum,
embora, como se pode ver bem no caso português,
superabunde a mãe de todas as incompetências que é a incompetência comunicacional,
sobretudo porque privilegia a mentira lobotomizadora, a mega-lavandaria dos factos crus,
em detrimento da mais elementar honestidade de procedimentos.
lkj
Em Portugal, fica bem menorizar o Povo, pensá-lo e tratá-lo como estúpido,
basta ver as caras de cu governativas e o modo ríspido como, incomodados,
afugentam os jornalistas ou usam os telemóveis
para pressionar desenlaces informativos atenuadores das suas broncas,
para telecomandar o seu trabalho.
lkj
Triste país que em novos medos se enreda!
Bendito seja Medeiros Ferreira!
Comments
Nem para o lado direito, nem para o lado esquerdo.
Olha, Fellini, no fundo estão como o dito cujo PSD da maralha masculina, para baixo, imóveis, ao centro, mudos e quedos.
Desses nada espero a não ser a ladaínha do costume.
Os trabalhadores, os trabalhadores, os trabalhadores...
Agora quanto ao plasticismo dos social-democratas e socialistas lusos, não sei que diga.
Se o socialismo versão socrática era para isto, mais valera que se poupasse à Nação os miseráveis cobres que se delapidaram na campanha... ficava por lá o Santana e pronto.
Claro está que havia o perigo de uma epidemia galopante por mal da presença sempiterna do P.P (esse cavalheiro todo sorriso pepsodent), mas o povo até gosta. Bastava ver as vacas tolas e louras que em Fanalicão, por exemplo, grunhiam de extâse ante a presença do Pedrito. Alguns, aposto, tiveram orgasmos como nunca antes. Uma, imagina, até afiançou que aquele sim, era homem que gostava de colo mas de natureza diferente.
Para isto, para isto mais valera que tivesse tudo ficado na mesma. Pasma-te tu, um gajo às vezes tem destes equívocos, que eu fui um dos idiotas que lá fui depositar a cruz. Pouco convencido, mas convencido que o homem faria melhor. Com mais senso, mais justiça e equilíbrio. Afinal, saiu merda. Daí a mágoa e a raiva.
E, de facto, ou é da idade ou do caralho, mas começo a ficar meio confuso com algumas merdas. Não há político com o qual possa dizer que me identifico plenamente, vê lá tu. Aqui é o que se vê, lá por fora idem, idem, aspas, aspas, todos sem rumo nem norte... acho que o Sarkozy nalgumas coisas tem razão, que a Merkel também... acho que a Hillary seria muito melhor presidente que qualquer um dos outros mas não vejo que lá chegue... sinto-me visceralmente de esquerda em matéria de justiça social, mas ordinariamente de direita em matéria de ordem. Um homem assim não dá... vou deixar de votar... vou mandá-los para o cu de Judas... vou fazer de conta... afinal, com ou sem um governo, a nação continua desmandada a abrir as pernas à espera que a montem!!!