POLÓNIA: RESPIRA-SE MELHOR. QUE INVEJA!
A derrota de um dos gémeos Kaczynski abre alas à liberalização
de Donald Tusk, líder da Plataforma Cívica, graças à significativa vitória
nas eleições antecipadas de ontem - 44% dos votos,
segundo as sondagens à boca das urnas, contra 30,4% do Direito e Justiça,
dos irmãos Kaczynski -, e será primeiro-ministro da Polónia.
lkj
Foram eleições antecipadas devido à ruptura da coligação que tem governado o país,
enredada em suspeições de corrupção,
desgastada com os ajustes de contas com as cicatrizes do comunismo
uma vez que mais que uma efectiva reconciliação praticada
este governo promoveu uma Lei com contornos saneatórios,
este resultado é considerado como uma clara desaprovação
da estratégia de Jaroslaw Kaczynski,
o primeiro-ministro agora derrotado, e do irmão Lech,
que se mantém na Presidência da República, com mandato até 2010.
lkj
Mas este é, também, o resultado que todos esperávamos e desejávamos.
Além dos entraves criados no seio da União Europeia ao tratado constitucional,
duros de roer, os Kaczynski eram particularmente incómodos
para a Alemanha e para a Rússia.
lkj
Para Portugal, por outro lado, este é um exemplo refrescante porque,
por agora, na ilusão de medidas reformistas e opções duras,
na implementação de novas regras a reger o trabalho
de acordo com os paradigmas que fazem dos EUA,
do Japão e, no mais absoluto extremo,
da China, potências económicas globais
em vantagem do ponto de vista competitivo,
o governo português não se tem poupado a esforços no sentido de
mostrar ao conjunto do País, e a um tempo, afrontando-o,
uma face putinesca, embora mais sorridente, em Sócrates,
uma face ultrakaczynskiana na Ministra da Educação,
uma face estalineana no Ministro da Saúde.
lkj
E como a política também é a tonalidade dos actos, as entrelinhas do discurso,
e o clima que se gera no espírito das pessoas, afectando-as,
bem poderemos correr com faces deste teor,
tão para além e apesar das pessoas,
mal nos seja dada a devida oportunidade para o efeito.
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