EXPERIMENTALISMO GOVERNAMENTAL NA MATEMÁTICA


Quando escutar ou ler notícias de que este Governo se prepara para tomar medidas
ou alterar leis no plano do Ensino, desconfie e tenha receio,
tenha muito receio.
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Isto porque se as opiniões são tantas quantas as cabeças,
muitas das opções governamentais relevam de cabeças demasiado iluminadas
e com demasiado sentido de risco e do confronto
para algo tão pacientemente edificável quanto a Educação.
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Agora tais burocratas tencionam introduzir as calculadoras e os computadores
a partir do primeiro ciclo, como se elas não estivessem já introduzidas/presentes
na vida familiar de muitas crianças do Pré-Primário, logo nos dois primeiros anos de vida,
quer com certos brinquedos que atiram os meninos saudavelmente
para as letras e para os números quer como instrumentos que os seus pais usam
exemplificativa e modelarmente.
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A questão está no risco de destruição da Matemática e da sua sedução
enquanto área articulável autonomamente,
de cuja linguagem o espírito se apropria e com a qual actua sobre o mundo,
uma articulação que faça capaz de prescindir, pelo menos nas fases mais incipientes,
da mediação das máquinas:
lkj
«Larry Martinek, o norte-americano que criou o conceito dos ginásios de Matemática, desaconselha o Governo português a introduzir o uso de calculadoras no Primeiro Ciclo,
tal como está previsto na proposta de alteração ao programa da disciplina.
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Segundo o fundador da Mathnasium, uma rede de centros especializados no ensino da Matemática frequentado por quase 14 mil crianças e jovens em 70 países,
o uso da calculadora nos primeiro anos de escolaridade
"ameaça a destreza mental e a capacidade de cálculo dos alunos".
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Em Portugal, a proposta para o reajustamento do programa da disciplina,
cuja discussão pública terminou no início do mês,
prevê que "ao longo de todos os ciclos,
os alunos devem usar calculadoras e computadores na realização de cálculos,
representação de informação e na apresentação de objectos geométricos".
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Martinek refuta esta proposta e alertou: "A longo prazo isso levará
a resultados que o Governo português não está à espera".
O especialista que participou, em Lisboa, numa conferência intitulada:
"O segredo da Matemática", sublinhou que há um problema
internacionalmente generalizado com o ensino da disciplina,
sendo necessário "voltar ao básico".
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É com base nessa premissa que os milhares de centros Mathnasium
em todo o Mundo e os 50 existentes em Portugal trabalham,
recorrendo a jogos como o xadrez,
damas ou de figuras geométricas para estimular o raciocínio.
"É preciso parar o Mundo durante umas semanas e voltar ao básico.
Adição, subtracção, multiplicação são fundamentais para que os alunos comecem a pensar numericamente e a ganhar o sentido do número", defendeu,
em declarações à agência Lusa».

Comments

Ricardo Rayol said…
Acho bizarro colocar incapazes para "pensar". A lógica matemática só tem lógica se fazemos com ´nossas próprias mãos.

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