CONVENÇÃO DE PINGUINS


Podia ser em qualquer lado, em qualquer praça portuguesa.
Os corpos, já idosos, conglomeram-se como pinguins colados corpo a corpo
sob o frio informativo da Crise Portuguesa e Internacional e o frio da Estação Fria.
Conglomerados, sempre, estes velhos portugueses grizalhos e calvos.
São os pinguins mais enganados da Europa, somente à espera da hora
de se lançarem ao Mar de terem de morrer e morrer logo num País
que vai a pique na sua Justiça de Rir,
na sua Economia Despesista e Irrealista à base de Caricatura de Honestidade,
pequeno manobrismo reles de aparelho partidário transladado para a Política a sério,
e Bazófia Armani & Prada que não resistem à prova básica da Grunhidade.
kjh
Dentre estes simples avozinhos que viram florescer uma Democracia
afinal tão promissora como um Enterro, que os castrou a eles
e vai castrando o bem-estar infeliz dos seus filhos desempregados,
esses quarentões descartados pelo Regime e que vão ficando lá por casa,
comendo e bebendo do que é seu e mal lhes sobra, crivando-os de angústias,
alguns, ao centro, no miolo da convenção de pinguins,
jogam profissionalmente às cartas enquanto os outros assistem àquela vida
e ali há estádio e anfiteatro gregos ululantes de entusiasmo
pelas melhores estrelas da Batota.
lkj
Pergunto-me como se fará alguma vez alguma Revolução Raivosa em Portugal
e cheia de Ética e Justificada Insurgência pela traição democrática em Portugal
contra a Sodomia da Política com os Negócios e os plutocratas em Portugal
com uma população maioritariamente exausta porque idosa
porque enganada porque pinguim porque no fim.
Pergunto-me se todo o esforço quase milenar de viver
uma dignidade e uma identidade próprias portuguesas terá de ir pelo cano de esgoto
da pequenez de Belém, da pequenez de São Bento gradualmente submetidas
ambas as pequenezes profissionalíssimas e fracassadíssimas
aos Directórios Federalizantes de uma União Europeia dos fortes
contra os fracos e apesar deles.
Pegunto-me se estamos condenados a ir escoando, como pinguins obedientes
alegremente a caminho do Mar de ir morrendo enquanto Nação,
alienada e vendida ao desbarato, alienados à Espanha de Saramago
e à Espanha a quem a Maçonaria Portuguesa lambe e chupa e chupa e lambe,
a Maçonaria internacionalista e cartelista de Mario Soares.
kjh
Ao menos Espanha é um Reino onde ainda se fazem filhos
e a quem agradaria de sobremaneira que Portugal vendesse alegremente
a sua soberania pelo prato de lentilhas de coisa nenhuma chamada Vergonheira.
Em Portugal já não há Homens. Já só há Pinguins,
conglomerados por causa do Frio, conglomerados por causa do Fim,
a ver jogar as cartas, amparados na bengala de ir acabando,
descrença que se larga e abandona e vai morrendo
num escoar lento e pastoso para o Mar
de ter de morrer.

Comments

Anonymous said…
Desculpa pá! Pilhei-te a foto dos pinguins para o meu...Gira para..c.......lhos
Abraço

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