ÂNSIA DE DIZER MAL?


E evidente que me inscrevo numa linha profundamente insatisfeita e crítica do Poder representativo tal como está e do que tem sido a sua acção: nefasta nas intenções, obscura nos processos e lesiva nos efeitos a Portugal e cujos principais e emblemáticos partidos, PS e PSD, se vêm revelando degradadas estruturas que há muito alijaram do seu cerne a preocupação com o futuro-sustentabilidade de esta nação, antes preocupados com a sua posição de topo na cadeia alimentar de um ecossistema político dispensador de benesses e devastador dos parcos recursos do País. Muito se irritam e exasperam quantos, indiferentes a estes factos, lêem injustamente nesta bloga onde me inscrevo mera maledicência destrutiva e persecutória da situação e por tudo e por nada. E isto é que é tóxico. O governo socratino foi o que levou até aos limites do admissível a torção dos factos básicos da economia, subordinando-a aos seus intuitos controleiros, a um projecto hegemónico de perpetuação no Poder, não olhando a quaisquer meios, degradando a pluralidade democrática, perseguindo e ridicularizando todas as vozes dissonantes do Ego primo-ministerial, incluindo a do PR. Não é um bom sinal que a incúria governamental para com as pessoas, a sua falta de zelo para com os cidadãos, a sua contenção de gastos criminosa em necessidades elementares e grupos de urgência notória mereça a complacência indiferente de uma multidão entorpecida, para depois todo um dinheiro caríssimimo seja atirado sem critério ao amiguismo betoneiro, aos ajustes directos autárquicos e do ministério das obras públicas. Um País mal gerido, com os cidadãos nos seus limites por maus-tratos fiscais e legais - sim, porque a lei pode ser iníqua apesar de ser lei, como é sobejo exemplo a que subscreve e impõe o pífio modelo desobedecido de Avaliação dos Professores a qual só pode ser ignorada e desobedecida - simplesmente não suporta tanto. Por isso, poupem-nos à perspectiva redutora e simplista, notem a inconsequência dos factos mais graves, deixem de enterrar a cabeça na areia para não ver que há um Portugal esquartejado, devorado pelos privilégios imcomportáveis dos que se acoitam nos partidos de Poder e depois movimentam as bases acéfalas de apoio, compram opiniões e consciências. A democracia, num tempo de tecnologia avançada de comunicação só pode ser directa e com efeitos imediatos. A única ânsia que nos habita é por que Portugal acorde, se salve e viabilize, coisa que com a impoderável leviandade-vaidade autocrática de Sócrates está gravemente posto em causa. A manutenção no poder a qualquer preço é mais um fax falsário absolutamente indevido que nos põe em cheque. E se, graças a décadas de políticas peregrinas, há um cheque sem provimento, esse cheque é Portugal.

Comments

antonio ganhão said…
Não faz mal, ninguém quer descontar esse cheque que é Portugal... em tempos a Europa ainda teve ilusões!
Anonymous said…
Caríssimo JOSHUA aos " que se irritam e exasperam" com o que aqui é exposto com toda a clarividência que o estado do Estado,( passe a redundância) atingiu... o caos! Recomendo vivamente a leitura de um poema de Sophia Mello Bryner que tem por título " Porque - Porque os outros se mascaram e tu não/..." que hoje foi postado no Obliviário blog de outro Amigo,que eu sigo.Palavras que merecidamente lhe fazem justiça! Obrigada!

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