TURISTAS? NEM LÁ FORA NEM CÁ DENTRO

Não é preciso observar o que se passa no Algarve para constatar que em geral há mais turistas estrangeiros que portugueses. Há, aliás, mais estrangeiros que portugueses seja onde for houve nome Portugal. Basta caminhar na Baixa Portuense, pela Ribeira, para ver a quantidade de alemães, holandeses, ingleses e outros nórdicos que por cá se deliciam e não é coisa somente do Verão, mas de todo o ano, graças às companhias aéreas BaixoCusto. Não temos dinheiro senão para estar na praia a bebericar água tépida e ter prazer nas coisas bem simples da vida: brincar, pisar a areia, mergulhar. E quando se diz praia não se leia somente as do Algarve. Em Gaia, a oferta balnear, além de abundante, contém uma qualidade equiparável à dos melhores destinos turísticos internacionais. Facto: nós, os portugueses não-emigrantes, não consumimos, não vamos a restaurantes, não gastamos no comércio. Nada. Temos para comer e mal. Nada, porém, nos pode roubar as vistas e o deslumbramento com o que é nosso. Outros comam e bebam, gastem o que lhes sobra. Pelo andar da carruagem, estamos condenados a muito menos que sobras.

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