ONTEM, MAIS UM DIA DE DESFLORAMENTO CÍVICO

Nuno Melo diz que Portas discordou da TSU mas não quis "abrir uma crise política"
Ontem fui. Mil vezes houvesse rua, mil vezes iria. Liberdade é ir e ser manifestação, sempre. Nunca acabaremos de cumprir o nosso desfloramento cívico. Fui, mas não fui para berrar contra o pobre Passos, para berrar contra o Primeiro-Ministro Gaspar ou o Primeiro-Ministro Paulo Portas. Não. Fui por ainda ter esperança, apesar de Pedro Passos Coelho ter medo de afrontar as PPP como o encargo absoluto com que Portugal se confronta, encargo progressivo brutal deixado para trás como um aborto-bomba pelos Governos Sócrates e com dividendos pessoais para esses decisores que assim mataram o meu futuro. Há socialistas petrificados que cegaram perante o carácter rapinesco extremo dos Governos Sócrates. Não tenho culpa que sejam cegos e facciosos. Os meus motivos para ir à rua são motivos anti-corrupção e anti-rapacidade no passado recente, por acaso rapacidade e corrupção socialistas-socratistas em pleno cerne da governação. Fui porque me tornaram e a milhares artificialmente desempregados do Ensino, após décadas de serviço precário, expressamente para tentar salvar o défice e manter à tona o tal ajustamento. Não tenho ilusões. A intervenção externa humilhante tem causas e autores e aquilo que um Governo de Emergência, qualquer Governo de Emergência, terá de fazer para desonerar o Povo e onerar os beneficiários de rendas à custa do nosso sangue, pode custar-lhe a popularidade, mas talvez nos poupe ao pior de um futuro absolutamente miserável. Ainda tenho esperança na arte de negociar, em pensar apaixonadamente nas pessoas em que consiste afinal a Nobre Política, não a Puta Política que, com o nosso sono e a nossa passividade dormentes, nos pôde partir um Sócrates Pantomineiro Ladrão e um Passos Frio como a Faca do Açougueiro.

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