ÚLTIMO ÓSCULO E LAVA-MÃOS DE PINTO MONTEIRO
Segundo creio, o mês de Outubro dar-nos-á um novo Procurador Geral da República. Os casos, lixos, indícios que arrolam José Sócrates num manto de suspeição interminável nunca deram descanso ao pré-demissionário, quase aposentado, Pinto Monteiro. Se saísse sem um gesto consequente relativamente a um caso que fosse envolvendo aquele ex-político, a sua passagem pela Procuradoria ficaria marcada pelo signo da miserável e ostensiva captura total da sua função, associado à hora negra de Portugal, por alguma razão ou soma de razões atirado para a pré-bancarrota. Assim, ao solicitar antecipadamente que se apurem alegados pagamentos ao ex-Primeiro-Ministro, antes da certidão extraída pelo Tribunal do Montijo chegar ao DCIAP, dado aquele ter detectado fortes indícios de corrupção, Pinto Monteiro lava as mãos e como um Judas santo oscula o perpétuo indiciado Sócrates, remetendo para outro incumbente o desfecho dessa investigação. Sairia sempre mal na fotografia. Mas poderá sair, pelo menos, menos mal.
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