Quando, em Portugal, um ser humano chega a Primeiro-Ministro, ou foge horrorizado com o défice, como Guterres e Barroso, ou se converte num Narciso Egolátrico, Mentiroso e Ávido, como Sócrates, ou então, mesmo um com coração sensível e capaz de ouvir, petrifica-se num mero robot, passando a olhar para nós como um boi olha para as coisas, números, parcelas. E em tudo tentando
manter as aparências e não nos dizendo toda a verdade. Em qualquer dos casos, estamos fodidos:
«Os erros de Pedro Passos Coelho estão listados. É dele e só dele a responsabilidade da crise política que desaba. É dele e só dele o romper abrupto da estabilidade social que acumulava quinze meses de austeridade tolerada. Passos Coelho errou em tudo. No que decidiu, no que comunicou, no que não fez, até na atitude desleal demonstrada na sua última oportunidade. Na entrevista à RTP, os portugueses quiseram ouvi-lo – foi das entrevistas com mais audiência dos últimos anos. Mas o primeiro-ministro voltou a exibir insensibilidade e incoerência, ao culpar os portugueses pela recessão, tinham consumido menos do que era esperado. Como aqui escreveu Manuel Esteves, somos agora acusados de viver abaixo das nossas possibilidades. Como sintetizou Teresa de Sousa, Passos disse que, afinal, o Governo cumpriu, os portugueses não.» Pedro Santos Guerreiro
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