A LÍNGUA DE RAJOY E A LÍNGUA DE PASSOS
Relativamente às dívidas soberanas, havia uma acalmia no ar em parte devido ao efeito tranquilizante das injecções de liquidez do BCE em parte por não haver declarações incendiárias a lançar suspeita de insegurança nos mercados. Se essa acalmia está a acabar, deve-se em muito à língua comprida de Rajoy. A crise da dívida voltou a ganhar força e Espanha surge como o país mais vulnerável. As taxas de juro regressaram aos 6% e os analistas dizem que o mercado está a "acordar" para as fragilidades do país vizinho. Esse acordar pode matar-nos a esperança doméstica ou matar qualquer coisa de ainda mais literal. Em Portugal, a língua desastrada de Passos não faz melhor. O que se faz supostamente "bem feito" tantas vezes "elogiável" e elogiado pela Troika, por ser tantas vezes vertiginoso, traiçoeiro e implacável, com os mais fracos e lento e manhoso com privilégios adquiridos pelos vitalícios do bem-estar e da renda, já não tem qualquer base de sustentação. Preparemo-nos, portanto, para ir aonde a jangada espanhola nos levar.
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