MATA A TROYKA QUE HÁ EM TI

Os programas das Troykas, a Troyka grega e a Troyka portuguesa, começam a revelar-se como que a reedição, em macabro, do velho conto tradicional A Galinha dos Ovos de Oiro. A galinha são as pessoas. Nós. Os troykanos estão a matar literalmente a galinha. Por isso, por descargo de consciência e por singela autodefesa, conviria pelo menos retaliar. Também não se pense que os ajustamentos efectuados, o saneamento das contas públicas, seja algo que devesse ser feito gradualmente e com mais dinheiro, dando parte de fracos, sucessivamente incumpridores, sucessivamente desleais, como os gregos. Deveria ser feito, pelo contrário, a passo de corrida, mas sem as excepções manhosas nos cortes que temos visto, sem o Tribunal Constitucional em acção anacrónica e contraproducente de um bem maior, sem o medo selectivo de este Governo que se manifesta não contra enfermeiros ou professores, mas contra médicos, pilotos, maquinistas, banqueiros, todos quantos têm armas de bloqueio e capacidade muscular de chantagem. Nem mais tempo. Nem mais dinheiro. Ponto. O tempo começou a ser perdido desde logo pelo anterior Governo Fajuto que empurrou com a barriga os problemas, sonegou a verdade, a dívida, a falência nacional iminente, ganhou eleições jogando na mentira, na chantagem, na pressão pela adulteração dos números, na pequena mediocridade baixo-política, negociando contrapartidas pessoais ultrajantes num Estado de Direito, vergonha do Regime. Toda essa malícia e desonestidade governativas desabam hoje sobre nós. Tudo isso, como bomba armadilhada e armadilhada por cada negócio tipo Paulo Campos, desaba sobre esta nossa impotência em corrigir o que se havia prometido corrigir. A esta distância, a gula eleitoral e a javardice gastadora socratistas determinam também a destruição presente de grande parte do nosso tecido produtivo, com desemprego escusado, e não só o ultrapapismo cumpridor do cientista político Passos Coelho. Até aqui parecia que caminhávamos no sentido oposto ao da Grécia, com sucessivos elogios internacionais, pancadinhas nas costas e pomposas congratulações alemãs. O que se passou entretanto e por que motivo tudo indica estar este Governo [e na verdade Portugal] a dar com os burros na água?! E por que lava a Troyka as mãos desse fracasso?!

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