PUTA DEMOCRATA OU VIRGEM TECNOCRATA?

Sempre gostei de ouvir o José Adelino Maltez tal como se apresenta, ou seja, com os seus berliques e berloques oratórios espontâneos fora da caixa, os quais considero sempre deliciosos. Há dias, na SICN, acho que após o esmiuçar da coisa pelo Primeiro-Ministro Vítor Gaspar, dizia qualquer coisa como estarmos a viver muito além dos ditames de uma democracia, e regidos de facto por uma Tecnocracia Europeia. O malabarismo do comentador é notório e não é por falhar no diagnóstico. Tive, porém, um frémito. Queria dizer-lhe, logo ali, que a nossa democracia tudo autorizou e tudo prostituíu, basta pensar que a ascensão ao Poder de gente baixa, arrivista, com um olho sagaz para as próprias vantagens, obrigou a que soframos a humilhação de uma intervenção externa inevitável. A alterações à TSU é uma agressão. Porventura ela não se destina a reduzir o défice, mas a criar condições para que a nossa competitividade arranque poderosamente, pela conservação do emprego, pelo dinamismo de contratar mais, robustecendo os fundos da Segurança Social, uma vez que a derrapagem orçamental do corrente ano, ano de confisco de salários, não se serviu para equilibrar as finanças públicas, mas para produzir um efeito de baixa do consumo e das importações, introduzindo realismo e um começo de equilíbrio na nossa vida económica. Não sei o que o, nas palavras de Adelino Maltez, tecnocrata [e nas minhas Primeiro-Ministro] Vítor Gaspar, tão técnica e cientificamente além de toda aquela gente parasitária do Conselho de Estado [do parasita Cavaco ao parasita Soares, passando pelo parasita Alegre e outros parasitas, excluindo Eanes] poderá iluminar ou acrescentar. Naquele assento etéreo estão as nádegas quase todas da nossa espessa desgraça. Portugal dá-se bem com uma tecnocracia musculada e tem desastre certo entregue à subjectividade predadora dos seus democratas.

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