O HOMEM DO MACHADO - MONÓLOGO


Não suporto mais, hoje vai tudo à minha frente.
Dai-me todo o álcool que beber se possa
e será pouco
porque hoje não sei se mato ou se morro, se me acontecem as duas coisas ao mesmo tempo,
vou desgraçar-me e é forçoso que mostre a merda que há nesta merda toda
na escola.

Punições, Psicólogos, o caralho a quatro,
nada chega para diagnosticar-me
as causas do asco que nutro por esta gente toda,
na escola:
todos tão competentes, tão omnipresentes e competentes,
todos tão impressionantemente competentes,
tão pressionantemente competentes,
todos tão esmagadoramente competentes,
na escola,
todos filhos da puta, entre papéis e leis e toda a merda mais inútil,
ali, a serem cabrões e competentíssimos, os «Sô'tor»,
os alunos imperadores da violência e do abuso,
os professores escravos,
submetidos ao novo código de papeladas competentes,
a competência está em todo o lado,
os alunos são competentemente subversivos,
os professores são um competente zero desrespeitado, escarrado e cagado
por toda a parte,
na escola,
os funcionários são esta raridade,
na escola,
temos de fazer de mais, de tudo, a toda a hora,
temos de ser humilhados todos os dias por alunos filhos do diabo,
na escola,
ver todos os dias a mesma coisa, a mesma miséria...
na escola.

Saiam-me da frente que não se pode,
que país mais nojo,
que governo mais nem-pensar!!

Ó vacas no poder,
a escola prostra-se-vos em adoração submissa,
ó tempo de todas as vacas iguais em todo o lado,
todas feias,
todas putas,
todas sádicas,
todas mal fodidas,
todas mal comidas,
todas trabalhadoras e exigentes e competentíssimas,
puta que as pariu!

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