BABOSO MOMENTO ZEN
Quando Almeida Santos falou de Sócrates como Deus omnipresente abriu a porta a doses de humor apreciáveis e à mais incrível inversão de proposições, lógica da batata doce. Para ele, se o Governo sofre muito nós também temos de sofrer. É nesta linha que o primeiro-ministro agradeceu hoje aos músicos de um grupo que interpretava as janeiras por terem levado a São Bento «momentos de alegria, numa conjuntura de governação exigente e difícil.» Não parece. O Governo sempre governou fácil e alegremente para os seus, para a dívida, para o lado melhor da fotografia e para a aldrabice básica. O momento é difícil para nós, vai piorar para nós. No plano da treta e da imagem pela imagem governamentalesca, é hora de cavalgar o lado baboso, coitadinho e sofredor, invertendo posições e proposições.
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