DÍVIDA, A MENINA DO OLHOS
A menina dos olhos socratista-socialista deve ser, nada mais nada menos, que estes €11 mil por minuto que Portugal tem de pagar só em juros ao estrangeiro, o que se traduz em €28,5 mil milhões em juros, dividendos e rendimentos. É obra! Domingo há uma maneira de caucionar estas contas em ordem, isto é, há uma forma de dar plena aprovação a tal belíssimo trabalho de finanças, bom governo e frugalidade do socialismo socratista hiperclientelar: votar desse lado da barricada! Se gostam disto, votem que é serviço. Sim, votar em Alegre! Ai não é a Alegre nem aos que o apoiam que se vai agora imputar o descalabro presente e o descalabro futuro da dívida tumular que criaram ao País? É a quem, então?! A Cavaco?! Vá lá, porcalhões sorridentes de mão estendida pelo mundo, aos papéis com o défice, esmagando e esbulhando os portugueses porque é o mais fácil, vocês, aldrabões consumados, agora com terror da sublevação popular, bastão fácil, gatilho leve, algema lassa, limpem as mãos à parede! Enquanto milhões de cidadãos encurralados alombam com combustíveis exorbitantes cujos impostos sornas, abusivos, já estão a corrigir pifiamente a execução orçamental, há que votar nos mesmos, pois então! Abstenham-se de votar em Nobre, que parece incomodar muita gente, e depois queixem-se! É Hora!
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O ser humano é um bicho por demais inconstante, defeito, talvez, fruto de uma deficiente capacidade de avaliação.
Aprecia hoje, com um entusiasmo delirante, o que detesta amanhã como a coisa mais abominável. O que é hoje moda, passa, decorrido algum tempo, e sem razões justificáveis, a ser considerado um absurdo.
Há muito que foi criada a designação de Estado Social, que parece estar hoje muito em voga. Anda na boca de muita gente que, verdadeiramente, nem sabe o que isso quer dizer. Será moda para ficar?
O que se deve entender por semelhante designação? Um Estado que trata dos “problemas que visam à organização e à satisfação das necessidades dos indivíduos em sociedade”? Mas de quais necessidades? De todas? Apenas de algumas? E, neste último caso, de quais? E em que medida deve o Estado participar no custo dessa satisfação?
Ouço com frequência falar do Estado Social sem nunca ouvir, das pessoas que o evocam, qualquer referência às necessidades humanas que deverá satisfazer.
As necessidades, que podem variar de indivíduo para indivíduo, vivendo em sociedade, quase não têm limites. Sendo assim, quais são aquelas cuja satisfação, no todo ou em parte, deve ser satisfeita pelo Estado?
Porque havendo custos a considerar, não me parece despiciendo o conhecimento das necessidades cuja satisfação se pretende atribuir ao Estado. Contudo, quem fala do Estado Social, nunca a elas se refere. Por incapacidade para as definir, por esquecimento, porque não convém levantar a lebre dos custos, que pode concitar obstruções?
Entendo ser curial, ao falar-se de Estado Social, referir todas as necessidades que tal Estado terá de satisfazer e, bem assim, a amplitude de tal satisfação.
Quem defende o Estado Social não o deve fazer apenas por ser moda, por se tratar de uma designação que agrada ouvir. Nada de iludir o povo. É preciso definir, e bem, a amplitude da acção desse Estado, porque ela acarreta custos, que não serão pequenos.
A título de exemplo, seja-me permitido citar apenas duas necessidades: saúde e educação. Quando se fala de Estado Social, qual é o encargo que se pretende para o Estado: 20%, 50%, 75%, 100%? Isto é, com a saúde o Estado paga 20%, 50%, 75% ou 100% e os doentes 80%, 50%, 25% ou 0? E critério idêntico para a educação? O conhecimento dos valores é absolutamente necessário para se poder verificar se as receitas têm capacidade para aguentar tal despesa.
Quem anda por aí com a boca cheia de Estado Social já sabe por quanto ficará em Portugal a assistência médica gratuita para todos? Tal gente já procurou indagar qual o custo do ensino gratuito para todos, desde o infantário ao ensino superior? Duvido que saibam. Falam para se darem ares de entendidos ou para cativar os incautos. Porque dizer a verdade não convém. Preferem enganar e criar expectativas agradáveis no povo ingénuo, que passará a viver num sonho até que lhe é apresentada a factura. Como acontece sempre.
Se quiserem ser honestos, correctos, comecem por determinar, sem erros e ambiguidades, o custo da satisfação, pelo Estado, de cada necessidade do pacote das que entendem ser sua obrigação satisfazer. Depois comparem com o rendimento normal do Estado e ficarão habilitados a definir qual pode ser a amplitude da intervenção do Estado.
Deixem-se de falar de Estado Social antes de fazerem contas.