A GRANDE ABDUÇÃO
Único assunto que assombra as psiques nacionais, o brutal assassínio de um homem, cuja língua viperina ficou célebre durante décadas, gera teses e teorias contraditórias, pendendo uns dias a balança da causalidade criminal próxima e remota para a pressão amatória de um e, noutros, para a iniciativa lúbrico-ambiciosa do outro, gémeos da desgraça reciprocada. Um acalentava ânsias patéticas para a sua poeira final, Times Square, Broadway, Nova Iorque, plenitude da perdição, abdução dos corpos e das mentes ao resto do mundo, imersos no feérico ilusório. Outro queria Mais, à fome de fama, de um querer desmesurado. Subir. Singrar, como outros fizeram, dando-se e vindo-se ao som sacrificial da abdução das almas, comércio danado, hálito do grande especulador, o Diabo, abdutor dos corpos no seu desatino, no seu destino.
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enquanto um escolhia, o outro aguardava. este último deu-se conta que a rapaziada olhava para ele a rir sarcasticamente. reparou na letra da música do disco que tocava a seu lado
«quero-lhe ir ao cu ...»