O BONECO
Temos todas as razões para considerar o procurador-geral da República,
Fernando Pinto Monteiro como mais um apparatchik da pseudo-democracia portuguesa. Os lugares são 'importantíssimos'. Vive-se para os lugares. Servir a contento os que os fornecem é a prioridade número um. Quem os fornece e atribui são os partidos. Deve-se estar grato, infinitamente grato, aos partidos. O boneco articulado que está à frente da PGR disse
que a perícia ao caso da corrupção
na compra dos submarinos atascou por falta de verbas, mas a Ministra da Justiça disse precisamente o contrário: se havia falta de dinheiro, Pinto Monteiro não
moveu uma palha nem sequer para pedi-lo. E mais: se alguma vez
houve dinheiro para agir, não foi gasto. Como se vê, imensa diligência nisto como no resto dos casos que andaram 'depressa' e 'bem'. Ironia das ironias, os peritos que fizeram a
principal análise a todo o processo dos submarinos —
que originou duas investigações —
afastaram-se e renunciaram ao seu
pagamento há mais de um ano,
depois de decisões do procurador
que levaram ao desmembramento
da equipa do DCIAP que conduzia
a investigação. Palavras para quê? O Procurador, como sempre, desprocura. Negligenciar grosseiramente um só caso permite folga e complacência com igual negligência grosseira em três ou quatro outros casos. Nem é preciso dizer quais. Uma mão suja a outra.
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