PROFESSORES NO PATÍBULO

- Papá, por que é que se tem de bater nos professores?

- Olha, filha, porque são pessoas muito perigosas.

- Porquê?

- Faltam muito, são parasitas do sistema. Ensinam mal. Marcam muitas faltas por dá cá aquela palha. Dão más notas, quando não vão com a cara de algum aluno mais espinhento.

- Podemos dar pontapés nos professores?

- Podemos, se forem atrevidos e autoritários, feios e pouco simpáticos.

- Podemos cuspir nos professores?

- Só naqueles que são maus, que são escrupulosos como a peste, nesses temos de bater com um pau grosso, um bastão de basebol. Filha, são mulheres sem sexo, sem vida sexual satisfatória, como não fazem amor todos os dias, tornam-se tensas e pidescas, perseguem e causticam os colegas que andam sorridentes e felizes, que andam satisfeitos por estarem vivos e sexualmente consolados. São gente que desconfia do amor e do desejo e por isso não perdoam nada a ninguém. A legislação foi feita por frígidas dubitativas e por técnicos feios que tinham de ir a prostitutas para obter algum consolo. Filha, filha, o ensino está cheio de celibatários contrariados o que conduz a gente muito profissional, extremamente profissional, tão profissional e escrupulosa como filha da puta para os outros. Por isso, é necessário sovar de vez em quando um professor para que se perceba, pelo menos, que há mais vida para além da legislação em vigor.

- Papá, os professores são todos maus, desonestos, facciosos e frustados na vida íntima?

- Filha, é preciso bater primeiro e perguntar depois.