BOAS INTENÇÕES INCONSEQUENTES


Se é verdade que na génese dos Paraísos Fiscais está a fuga aos impostos no Estado Social, continua evidente que os liberais de pacotilha se manifestam adeptos da livre iniciativa e do empreendedorismo privado, quando as coisas correm bem, e acoitam-se no Estado, quando as coisas correm mal, como se tem visto. E o Estado somos todos nós, é tudo o que nos exigem e tiram, segundo uma dinâmica lucrativista e alienista que cheira mal: a saúde e a educação sempre darão prejuízo e é bom sinal que dêem, desde que não por má gestão e desperdício. «Os dirigentes europeus reunidos hoje em Berlim apoiaram a fiscalização dos mercados e produtos financeiros mundiais e pediram sanções contra os paraísos fiscais. Uma cópia do sumário de uma cimeira presidida pela chanceler alemã, Angela Merkel, vista pela Reuters, considera preocupante a situação nos mercados financeiros e afirma a necessidade de reformas estruturais e de se dar mais atenção às despesas públicas. "Todos os mercados financeiros devem ser sujeitos a uma coordenação apropriada ou a uma regulamentação, sem excepções e independentemente do país de domicílio", diz o documento. "Isto é particularmente verdade para as concentrações privadas de capital que possam apresentar um risco sistémico".» A lógica dos off-shores, com a sofisticação actual que lhe conhecemos, está revestida de malignidade quando considerados os prós e contras de uma economia com o mínimo de excluídos e de pobres possível, onde o bem geral sobreleve ao bem de poucos, sobretudo se esses poucos se assemelharem a Dias Loureiro e à sua amnésia com números de monta e certamente com as suas obrigações sociais e éticas, já vimos que menos importantes que fazer sexo com os seus Porches. O que são os off-shores senão uma reles deslocalização oportunística do dinheiro?!

Comments

Daniel Santos said…
Os documentos fazem-se e são assinados com algumas intenções.

Tudo isto é muito bonito, mas o problema é que muitos dos que assinam, lá nos seus países, não controlam ou então participam nestes off-shores.
JKL said…
A mim parece-me claramente que um dos objectivos é não permitir a desvalorização abrupta do dólar, do euro e do iéne face às outras moedas. Aí sim, desapareceriam muitas fortunas.

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