A REALIDADE E O PATO BRAVO


É incrível como o primeiro-ministro se conserva completamente incapaz de ler a realidade. O tempo risonho do faz e desfaz dos partidos no poder está a rebentar. A miséria torna-se-nos demasiado familiar e os pratos da balança entre, por um lado, bens de sobrevivência e, para outros, brutal ostensividade de ultra-abundância fácil, mostram-se demasiado desequilibrados. A vergonha é multímoda. Um outro paradigma cívico-político está a emergir. Exigências de verdade efectiva completamente novas no fazer da política abrem o seu caminho. Acontece que, porque não leu qualquer livro nem sequer resumos de livros por Fax que lhe sedimentassem valores sólidos humanísticos, nada se pode esperar da nulidade que mora dentro dos Armani socratinos. Que alma mora ali? Zero. Que saberes testados e comprovados? Zero. Este espécimen Anas querquedula ou, em português Pato Marreco (Bravo), não resistiria ao mais simples confronto intelectual com um professor médio, posto a sofrer pela iniquidade em vigor. Daquilo só há a esperar o desenrasca rasca das pauladas e das frases assassinas no Parlamento, e sabemos que tal como nada detém um burro imóvel na sua imobilidade sobre a ponte porque sim, nada o deterá a ele até ser demasiado e vergonhosamente tarde. Hoje mesmo, o ainda PM «afastou implicitamente a possibilidade prática de um pacto de regime com o PSD para o combate à actual crise económica e financeira mundial, sublinhando as diferenças de concepção ao nível do investimento público. A posição de José Sócrates foi transmitida aos jornalistas após ter visitado as obras de uma escola em Odivelas e de ter inaugurado o novo Centro Escolar de Alenquer, onde esteve acompanhado pela ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues. “O Governo entende que é preciso reforçar o investimento público, mas infelizmente tenho notado que há partidos que apenas tentam desmerecer tudo o que se faz”, declarou Sócrates, depois de ser confrontado com um cenário de acordo de regime com o PSD. “Acho que seria bom se todos percebessem que o investimento público é a questão central para combatermos a crise económica internacional”, disse.Em seguida, o primeiro-ministro lamentou “que haja partidos que entendem que a única coisa que se deve fazer é o Governo ficar sentadinho à espera que a crise passe”.» A insistência no investimento público indiscriminado, orientado para as Jorge-Construtoras-Coelhone, a promessa de endividamento infrene, quando as contas púlbicas estão rigorosa e sorridentemente fucked up e não foi Santana, foram treze anos xuxas, a mentira como horror transparente aos olhos de uma Opinião Pública mais atenta, tudo isto fará em frangalhos a personalidade de papel do ainda PM. A realidade tratará dele, não tarda. Dentro em breve, o Governo unilateralista e praticante denodado da selecção artificial não vai poder abrir a boca sem que os dentes da nula credibilidade lhe não caiam. Entretanto, a Realidade continua o seu trabalho mostrando com quantos Patos Bravos se faz uma canoa. Nem de propósito, porque tem moral e provas mais que dadas, como gestor de alguma coisa, para falar, o patrão da Sonae, que participava hoje, em Lisboa, no Forum da Competitividade e arrasou de alto a baixo, para meio entendedor. Belmiro de Azevedo foi particularmente abrangente no alcance das suas críticas (o apanhado é do meu amigo João):- "A crise é de regime, é de líderes dos partidos, é de líderes das associações, é de líderes dos sindicatos, é de líderes dos empresários"- "Se Portugal continuar com a mesma despesa, ficará um país igual aos de África"- "Os políticos falam do que não sabem e prometem o que não podem cumprir"- "Para que não haja despedimentos é preciso que o país tenha actividade económica". Depois estrebuchem quando se expõe e demonstra na bloga com toda a liberdade de que modo se manifesta grosseira e reincidente muita da incompetência e falta de seriedade governamental. Na mentira nada se consegue. Nada.

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