POODLE, O CÃO OU A NÃO-NOTÍCIA


Obviamente que o assunto é delicioso e deprimente. O portuguese poodle andará na boca de meio-mundo, pelos próximos quatro a oito anos, graças à opção dos inquilinos da Casa Branca. Canina a frase e o enternecimento paralelo seguir-nos-ão: "it's portuguese, it's a poodle"! Também não faltarão anedotas e narrativas caninas com portuguese dentro ou nem isso. Depois de Cristinano Ronaldo, da falta de semancol e competência da nossa classe política envelhecida nas ideias e nos vícios de rapina encapotada, apesar de em pleno vicejo da meia-idade, o nome da raça canina abençoar-nos-á a irrelevância presente que porventura nunca tivemos em séculos idos, quando o odor do nosso prestígio e a ousadia da nossa diplomacia ainda tinham restos da virilidade e do orgulho mínimos de um Albuquerque: «É oficial: a “corrida” ao lugar de mascote da família presidencial dos EUA foi ganha pelo cão de água português. Os Obama estão à procura de um exemplar com a “idade certa” e que “se adeque” à dinâmica da família, confidenciou Michelle Obama, mulher do Presidente americano, à revista “People”.» Bem-vindo à glória da notícia, ó meu querido cão portuguese poodle!

Comments

Anonymous said…
Eu fiquei feliz, temos um cão português na Casa Branca. Irá com toda a certeza meter umas cunhas por Portugal.
antonio ganhão said…
Que grande vitória! Sinto orgulho em ser português!
Anonymous said…
o implume é di-lo com humor ácido...mas tem razão! Contudo estamos abaixo de cão salvos pelo poodle!
Lura do Grilo said…
Fiz uma pequena rábula sobre o assunto.
http://luradogrilo.blogspot.com/2009/01/candeos-desespero-no-algarve-no-te.html
Lura do Grilo said…
Queria um filho teu Cão-de-água português!!
Joaninha said…
Estamos finamente na Casa Branca! de 4 é certo, mas estamos ;)

beijos
W. C. Fields said…
Eu acho uma boa notícia. Não entendo porque tanta gente parece incomodada com o facto de um cão ser notícia.

Tanto animal que é notícia e ninguém se zanga, porque se hão-de zanga com uma notícia sobre uma mascote? Deve ser a proverbial raiva dos portugueses aos animais.

"Iso não se faz nem a um cão" - ou seja, aos cães pode-se fazer mal, que até fica bem. Marca a nossa diferença para o reino animal.

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