CARNAVAL DA PUSILANIMIDADE
Se houvesse dúvidas, agora percebe-se que estes avanços e recuos da PGA do MP sintomatizam uma forma de medo que passa pela vontade de cair nas graças do Poder, reprimindo, num primeiro momento de zelo estremoso, todas as manifestações livres e inócuas que incomodem, pela sátira, os seus símbolos. Um dos símbolos mais excelentes da natureza Pífia da legislatura é precisamente o Magalhães e a sua carapaça feirante, onde a fantochada e superficialidade que ele veicula da acção governativa sobreleva. Associar-lhe a pesquisa google por mulheres é o menos putativamente obscenizável. Tal facto de falta de seriedade e de decência com berloques do género, assim como a apresentação caríssima da Nova Alcântara e da cerimónia pomposa do Tratado de Lisboa, escorre das palavras recorrentes e bem definidoras de Medina Carreira. «A sátira ao computador Magalhães, que tinha sido ontem censurada por conter “conteúdo pornográfico”, afinal vai estar presente do “Monumento” do Carnaval de Torres Vedras. O autarca Carlos Miguel pediu uma autorização para colocar uma nova imagem, igual à original, no local onde agora se lê “Conteúdo removido/censurado por ordem da senhora procuradora-adjunta da Primeira Delegação do Tribunal de Torres Vedras”. A procuradora-adjunta Cristina Anjos reconsiderou e deu luz verde.» Acontece que nós nunca imaginamos até aonde o ridículo na vida real e nas responsabilidades reais pode ir. Será que o crime a sério por punir poderá ser beneficiário de semelhante arranques de pusilanimidade?!
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