DO FETICHE CASAMENTÁRIO GAY
Muitos dos actuais ociosos libertários dos costumes têm as mãos repletas de pedras contra os que não subscrevam a sua forma de única de pensar o pensamento único, agora que, como manobra de diversão política, se eleva e elenca esse fetiche casamentário gay como de meridiana urgência. Afinal, quer na troca de argumentos, quer na troca de fluidos, nada mais é necessário que a aceitação tolerante e respeitosa de pontos de vista seja como a aceitação tolerante de formas de realização sexual e afectiva irredutíveis a normas e a regulações externas, venham de onde vierem. Com a sua clareza luminosa, o João di-lo como ninguém:
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«Fora casos do foro criminal ou patológico, a sexualidade não possui quaisquer antecedentes ou consequências "normativas". É irrelevante para o andamento do mundo o que é que dois adultos fazem um com o outro entre portas. Se desejam procriar, façam favor. Se querem outra coisa, façam favor também. É evidente que a Igreja não pode ter outra posição "doutrinária" ou "valorativa". No limite, ética. E não ignora, de certeza, que no seu seio há milhares e milhares de católicos que não perdem um minuto a pensar na "normalidade" ou na "anormalidade" da sua sexualidade. O factor "culpa" que afirmações como as do cardeal Saraiva Martins introduzem no relacionamento afectivo e sexual, são tão desagradáveis como as que reclamam visibilidade política para a "esfera" privada. Até porque, por mais voltas que se dêem, a homossexualidade - tal como a Igreja a breve trecho - deve habituar-se a viver em minoria, sem preconceito ou espectáculo. Como disse Joseph Ratzinger, há tantos caminhos para Deus como há homens. Homens complexos, felizes ou infelizes, sós ou acompanhados, mas nunca "normais" ou "anormais". Apenas homens.»
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João Gonçalves, in Portugal dos Pequeninos
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