ARRANCA. PÁRA. MARCHA ATRÁS!
Parece que as certezas sobre o que deve o Governo fazer de essencial para debelar a situação no BPP não eram muitas. Meses depois, acena-se com uma espécie de clarificação por que muitos de nós clamávamos desde a primeira hora. O que deve fazer e fará o Governo no caso BPP?! Uma coisa são depósitos. Outra são investimentos em negócios de risco fora ou dentro do âmbito da completa consciência do investidor que entretanto delegou no seu gestor de conta. Risco é risco. Por muito doloroso que isto seja, não há muito a fazer. A não ser retirar uma boa lição sobre o que acontece quando se procura privatizar ao máximo o lucro, mas, quando as coisas correm francamente mal, socializar o mais possível o prejuízo. Eis uma coisa reles e injusta em muitos casos. Muitas das vítimas de Madoff, por exemplo, não sabiam de que forma o seu dinheiro estava a ser aplicado. Mas queriam aflitivamente as vantagens especiais da aplicação, aliás promovidas, prometidas e cumpridas enquanto tal foi possível. Arriscaram. Rebentaram. O que de similar tenha aconteçido no BPP terá de ser visto a esta luz de modo a não penalizar ainda mais os contruibuintes e é uma pena que o Governo, para profunda desilusão de inúmeros cidadãos, só agora venha clarificar um caminho procedimental que não vimos ser adressado de imediato, para suspeita grossa do pior: «O PSD e o PCP consideraram hoje que a decisão do Governo em não utilizar recursos públicos para solucionar o problema de gestão de carteiras no BPP é correcto mas necessita de mais explicações."A decisão do Governo parece que vai no bom caminho mas carece de ser esclarecida", afirmou Paulo Rangel. O líder do grupo parlamentar frisou que "o PSD foi o primeiro partido a levantar a questão num debate de actualidade a 04 de Novembro" e que "logo aí manifestou uma grande divergência quanto à utilização de recursos públicos" no Banco Privado Português.» Em certo sentido, o Governo arrancou com os avales e os avales combinados a toda a velocidade, mas agora está a travar e talvez, só talvez!, retroceda! Como tudo é demasiado nebuloso e opaco em Portugal, como em nada se procura esclarecer e informar as pessoas com palavras verdadeiras, podemos ouvir todas as palavras doces, mas esperar sempre o pior. De incompetentes e fingirores por sistema não temos muito mais a esperar.
Comments
Continuo à espera para ver que fim vão eles dar ao dinheiro das pessoas (tais como aqueles que eu conheço) que tinham ali poupanças amealhadas ao longo da vida e que lhes garantiam uma velhice sossegada e que estão à meses numa angustia terrível sem saber o que lhes reserva o amanhã.
beijo