CONSTÂNCIO EM SHIFT DISCURSIVO
Certamente que o governador do Banco de Portugal, Vitor Constâncio, não se tem escutado nos últimos meses e por isso mesmo não tem vergonha da plástica a que vai submetendo os seus enunciados actuais: o hábito de mentir socialista está lentamente a mudar as agulhas e a habituar-se a expressões mais próximas da realidade, embora sempre ditas a medo, com uma tensão facial equivalente aos desempenhos na sanita, os mesmos olhos arregalados, a mesma compressão de ventre, os mesmos braços cruzados atrás das costas ou pousados sobre as pernas. Não está na sua natureza nem a transparência, rapinantes como são, nem a Verdade, muito dados a tratar-nos a todos literalmente como parvos, prontos a comer e a calar. Comovedor! Grande! Estrondoso, mirífico milagre comparecerem agora, tão tardios, relativos a economia e a desempenhos económicos globais, vocábulos imprevistos como «pior», «recessão», «gravidade» no discurso do Dr. Constâncio. Como vem tão papal 'botar' anúncio e comentário nas obedientes e míseras TVs! Talvez estejam a acabar as palavras modalizadoras com que ao longo de meses se foi empurrando com a barriga e induzido em letargo a psique mal-preparada dos consumidores. É assim que o ainda Governador, aliás, o eterno Governador, infinito moço de fretes do Governo PS, mãozinha que segura o abano, adiantou hoje que a previsão deste ano para a economia poderá ser pior em resultado do mau desempenho da economia no quarto trimestre de 2008."Deverá ser pior", disse o governador à margem do Conselho Nacional da Confederação da Industria Portuguesa (CIP), acrescentado que o efeito dos números do quarto trimestre "fazem automaticamente com que a média de 2009 seja pior". Mas será que esta gente tem ideia do perigo de falarem a verdade?! De tão inédito, o País colapsa. De tão raro vindo de eles, as fúrias não lhes perdoarão. O Investimento Público, nos seus desígnios prostitutos, alienação do futuro do País já terminalmente individado, falsos e dados ao oportunismo sôfrego dos grandes empóreos de sempre, começa a dar de si. Periga essa eleitoralidade mentirosa tradicional, isso mais a pornografia escabrosa dos ajustes directos. Oxalá ganhemos todos com isso.
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