GOVERNO VERRINADO E VERGASTADO
Não saber fazer. Sente-se que se quer fazer, mas não se sabe. Professores que se reformam. Professores precocemente reformados por puro agastamento com o ME e que poderão voluntariar-se de novo às escolas e ser recontratados pelo mesmo Estado que debalde vergastou o sistema. Médicos que faltam. Medicos que se reformam. Médicos reformados que poderão ser recontratados pelo Estado. Médicos que se querem reformar, que já deviam estar reformados, e vêem ser protelado a consumação do seu processo: «O dirigente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) Carlos Santos acusou hoje a ministra da Saúde, Ana Jorge, de estar a protelar sem qualquer razão a reforma das carreiras médicas, frisando que este “atraso é incompreensível para além de só trazer prejuízos aos portugueses e ao Governo”.“Sem carreiras médicas não é possível à Ordem dos Médicos saber se há qualidade na prestação dos serviços de saúde, para além de que deixa de haver formação médica”, advertiu Carlos Santos, que preside ao Colégio de Cirurgia Geral da OM.» Para se ter alcançado um ponto de significativa acrimónia foi certamente preciso ter bloqueado imenso os casos de muitos médicos: «enfatizando a “incapacidade do gabinete da ministra Ana Jorge”, o secretário-regional do Norte do SIM sustenta que “nenhum português consegue perceber o que leva o ministério a protelar uma decisão que só traz problemas às pessoas e ao próprio Governo”. “O normal seria corrigir uma situação que é desvantajosa para as pessoas mas não é isso que está a acontecer”, disse, endossando para a ministra todas as explicações sobre o atraso na revisão das carreiras médicas». Tiro a tiro, queixa a queixa, a percepção geral é que sobre o Governo vai chovendo uma barreira de fogo hostil e o agastamento geral sobrará para quem sobre 'estas coisas de professorzecos, medicozecos, gentezeca', estalinescamente não teve quaisquer contemplações nem reponderações nem zelou pelo primado do Cidadão acima dos interesses corporativos das verdadeiras corporações de interesses que nada têm a ver com aqueles altamente assediadas na legislatura: Banca, Empresas de Telecomunicações, Galp, Estado, Empresas Jorge-privilegiadas-Coelho nas Obras Públicas. A competitividade também se ganha com gente feliz no seu local de trabalho e não vergastada de perseguição e má fé. A competitividade é um facto em sociedades não tão poluídas de corrupção e contaminadas de controlo aflitivo do Poder Político sobre tudo o que mexe, pensa, opina, investe, cria, inova. Provando do seu próprio veneno, o Governo vai vergastado e agastado. Quem ou que coisa lhe dará guarida?! Vital Moreira? José Miguel Júdice?! Emídio Ragel?! Mas estes não são os tais, como relembrou Tiago Moreira Ramalho da releitura de Orwell, que mais cinicamente implementaram o duplo-pensar?! O duplo-pensar «significa, em novilíngua, basicamente que as mesmas acções devem ter avaliações diferentes consoante a nossa relação com o agente. É a dualidade de critérios levada ao extremo». Não os temos visto ad nauseam, estalinescamente, a perorar apoiados em se tratando da falta/falha ou acção governamentais e a gritar mata e esfola perante equivalentes acção ou falta/falha de outros agentes políticos?!
Comments
Para tudo o que dizes e para tudo o que acontece a resposta está no "duplo-pensar que conduz a que as mesmas acções tenham avaliações diferentes consoante a nossa relação com o agente.
É uma gaita isto do duplo pensar. Nunca se sabe se deve haver inovação e sangue novo, ou apostar na experiência e sangue velho.
Nunca se sabe se quem nos interessa hoje nos servirá amanhã.
Gostava de viver num País sem essa coisa do duplo pensar. Eu antes achava que era falta de verticalidade mas a minha relação com a novilíngua admite que a verticalidade já não se usa.
abraço (e os teus rebentos?)
brada!!! no deserto da ignorancia... Os que sofrem de gula de abastança ignoram princípios leis manifestações
Meu bom pastor! que lhe não falte a voz que em nós vai emudecendo...
Tenho no entanto a convicção que o PALAVROSAVRVS e mais uns quantos homens d'armas que se "alevantam mais alto,no dizer" poderiam ainda pensar um País Novo! Se subleve a palavra!