SIMULACROS DO CARNAVAL JUSTICIÁRIO

Com o olhos marejados de lágrimas um dia comover-me-ei por as instituições funcionarem a favor de todos e contra toda a espécie de crime sem contemplações, o de colarinho branco dos contos de Paulo Morgado, se não erro. De Charles Smith nada sabemos, tirando o caso de, diante das câmaras das TVs, ao dizer "não" a uma qualquer pergunta que lhe fizeram, com Sócrates dentro, ter resfolegado como um equino. «O empresário Charles Smith saiu às 19h45 de hoje das instalações do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), em Lisboa, acompanhado do seu advogado, após cinco horas de interrogatório.Charles Smith foi ouvido por dois procuradores no âmbito das investigações ao "caso Feeport", confirmou aos jornalistas a directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), Cândida Almeida». Enfim, nada sabemos a não ser aquilo que lhe traça a cauda a carta rogatória e que certamente este povo todo, sobretudo o primo, caga de alto por achar que tem as costas quentes. Seja como for, o PGR tem um tom vocal altamente desdramatizador e isso deixa-me tenso e preocupado. Veremos. Na certeza de que se o BPN já tem em Oliveira e Costa o seu bode expiatório e em Dias Loureiro o seu aldrabão oficial, no caso Freeport podemos esperar Nada ou, no limite, um bode pequeno como bode expiatório e um grande mentiroso, o Top-Mentiras-Mor a escapar com o nariz de batata mais sem semancol do Universo.