VAUDEVILLE: COMITIVAS QUE COMEM


Ele disse vaudeville?! Mas o sr. PM tem noção que o facto de as oposições lhe remeterem hoje mesmo a factura dos seus gastos sumptuários em anúncios de anúncios só demonstra ao País que é a sua Política de Fachada que constitui toda uma Legislatura Vaudeville e nada mais?! Não custa assim tanto reconhecer isto, pois não?! Se o Governo e o seu chefe abespinhado fossem sérios, não teriam transformado estes quatro anos em entretenimento de variedades com "circo de horror", com museu barato, com literatura burlesca. Todas as noites, as TVs abafadas pelos serviços de exclusividade governamentais desgastaram-nos com simulacros de acção política, com uma série-em-chuva de números levados ao palco, sem nenhum relacionamento directo entre eles: Pinho e Lino, Jograis Vivos de Sócrates, foram para nós músicos, dançarinos, comediantes, 'animais' treinados, mágicos, imitadores, acrobatas, fizeram peças de um único acto ou cenas de peças, foram atletas, fizeram palestras, pagaram fotos balurdiosas de celebridades caras, inventaram o Allgarve, foram cantores de rua e fizeram filmetes, disseram piadas na China, disseram que tudo estava sob controlo. Sim, ouvi da boca primo-ministerial vaudeville e nem queria acreditar. No Parlamento, Rangel disse coisas em inglês a respeito da Tenda-Alcoviteira-de-Governar. E o PM, o sem semancol PM, foge, como sempre fugiu, a grande velocidade da satisfação a quaisquer perguntas que se lhe façam. Tem aquela cara de pau rançosa para escudar-se nesse Grupo Parlamentar de Bonecragem que montou e amedronta, apanhados cada um nas suas fraquezas, e para escapar das nojeiras com as quais as Oposições ousam confrontá-lo. Não há para ele questões incómodas, o País que se dane. Repete-se. Faz aquelas caretas horríveis de visionário de olho único em terra de cegos do cu, anuncia repetições, sai pelas mesmas portas, reduz o PS parlamentar a uma bosta onde nada do que é candente e grave verdadeiramente se adressa, mas só o "plano tecnológico", sacratíssimo sucedâneo de alguma coisa de palpável e honesto, o pornografável "Magalhães": que nos interessa se «Portugal vai ser o primeiro país no Mundo onde todas as crianças dos seis aos dez anos têm um computador pessoal» se andam mais de cinco mil estudantes do ensino superior endividados com os seus próprios estudos?! Se largas franjas de jovens já perceberam a que vexames e humilhações se têm de obrigar para lobrigarem um emprego temporário, precário, escravo, desalentador?! Este Governo na sua Fantasia Imperturbável não se deixa abalar com a taxa de desemprego que galopa e explode, com as dificuldades simplórias e minimizáveis de imensos Portugueses. Obviamente que o José Sócrates do Governo comporta-se exactamente como os Portugueses que não têm razões para se preocupar consigo mesmos nem sequer têm capacidade para se preocuparam com quem mais precisa de recursos e de imaginação articulada. Para quê a seriedade de convocar os agentes de mudança e de criatividade no País, aliás sufocados pela iniciativa asfixiante do Estado-PS?! Os que estão de pedra e cal no sorvedouro caudaloso de esse Estado-PS pensam em si mesmos, olham por si e pelos seus, apaixonam-se pelos milhares de euros que vão abichando ao fim de cada mês, a cada comissão, e o que pensam é «que se fodam todos os outros». Sim, se nada lhes falta, se fecham os olhos todos os dias ao que se passa à sua volta, tanta gente mal curada, abandonada, esses que foram precipitados na exclusão, que foram perseguidos e excluídos por serem do contra o simulacro de democracia que o Governo-PS malignamente aperfeiçoou, «todos esses que se fodam», pensam. Borram a fotografia dos efeitos aparentes que interessa preservar, borram o panorama sorridente que a Campanha Permante acalenta e protege. Se o leitor pertence ao grupo dos que se salvam a si mesmos e também pensa «que se fodam os demais!», continue como está que está bem, cada qual por si, não é?!: um País perfeito para quem tem tudo a correr às mil maravilhas é para gente que se comporte como se não fosse nada consigo; o País atroz, envelhecido, do lado de fora, fechado e deprimente não é nada consigo. Naturalmente que o edifício social português falece, decai num ritmo alarmante. As peças do dominó social, insolidárias e indiferentes à sorte dos que não contam no computo dos favorecidos políticos com acções e obras pensadas para si, Peões do Partido, essas peças derramam-se, atropelam-se, despenham-se. Arrastarão na voragem a estrutura intocável dos que entretanto se alheiam. A cola que nos mantêm minimamente unidos é feita das pequenas solidariedades laborais ou assistenciais e da gigantesca solidariedade dos que pouco tendo, partilham o que podem, pois na verdade nem as Misericóridas nos merecem crédito: funcionam sem transparência e são aí como o Governo ou até piores na sofreguidão dos que as administram. A Opacidade da nossa 'democracia' serve perfeitamente e exemplifica inteira tudo o que há a esperar em Portugal dos nossos supostos representantes, mesmo das chamadas Misericórdias: um mistério e um silêncio eloquentes que nos danam. Quanto ao momento de estrume do Governo, resume bem o dia parlamentar João Gonçalves: «O governo está como que num limbo "governado" pela crise para a qual só ele, Sócrates, tem "soluções" e um "Magalhães". Mesmo que retóricas, vagas, inúteis ou meros paliativos formais não são admitidas interrogações nem interferências na genialidade com que este este governo os "inventou", às "soluções" e ao "Magalhães". Isto permite que tudo o resto seja tratado com sumário desdém (v.g. a CGD e o sr. Fino, o BPP, os 70 mil novos desempregados, etc., etc.). Até estranhei Sócrates não se ter louvado na Comissão Europeia que elogiou - como se aquilo fosse uma coisa extrordinária ou original - a revisão do PEC português para permitir alargar o défice público». Está tudo sob controlo, ó Mentirosos! Podem continuar a vossa festa. Finjam. Trocem. Passem cuspo e lustro à vossa incompetência e incúria, que o Povo já tem o cu dormente e anestesiado! Nada mais capaz de condensar metaforicamente a vossa obra de dez/quatro anos de trabalho controleiro de sapa que recordar a vossa Comitiva que Come nas Tendas Vaudeville da Legislatura Socratinizante: tendas que Anunciam os vossos Anúncios, tendas que têm dentro camelos amorfos entediados e sempre famintos, e têm dentro folhetos e prospectos a ostentar em tédio infinito a Careta Interminável e Cansante do Iluminado vaudeville por excelência, vosselência, José Sócrates, músico, dançarino, comediante, zootreinado, mágico, imitador, acrobata, atleta, feirante absoluto, treinado, determinado, com o microfone-amarrado-a-um-lenço-e-ao-pescoço, mostrador de aberrações, o palerma janota, o protector canónico dos Gays Maritais, o ciganinho das dez peúgas a cinco euros com o par, o grande gritador no Parlamento, o dispensador de coça às Oposições como se estivessem em funções executivas, o grande plagiador das medidas económicas do PP, do BE, do PCP e do PSD. Porém, sem o Magalhães, que não chega para as encomendas (e mesmo que chegasse!), que seria de Portugal?! Sem o choque-sem/mau-carácteriológico, como sobreviveríamos por nossas próprias pernas?! Conformem-se: Portugal ganhou mais um cromo intocável, com o qual ninguém pode fazer piada na proporção em que o deseje e que o cromo mereça. Esqueçam Avelino, Isaltino, Valentino e a paritária Felgueiras. Têm o Potato Nose, o Zé de Maçada e não encontrarão maior Faz-Tudo. Não bulir, que fede!

Comments

antonio ganhão said…
Se eu oferecesse um croquete a quem me visita, seguramente tinha mais visitas,

E como se pode divulgar o valor de uma estrada sem o croquete?
BxL said…
Clap Clap Clap.
Excelente texto. Do melhor que tenho lido, subscrevo por completo.
Anonymous said…
Brilhante. Blog Subscrito.
Anonymous said…
Estamos a tratar insuficientemente mal o PM ( PIMBA M..da) era a sigla correcta bem como o seu troféu o MAGALHÃES quando devia
fazer mais sentido GAMA(de gamar) o lhães é só para distrair...e subtrair "as massas" ( pois disso se trata.
Depois de esgotado todo o alfabético adjectivo só poderemos acertar o tratamento com outra sigla G.FP! e são muitos os que nos resumem a vida! nos arrancam as palavras envinagradas, empalidecem... senão, matam os sonhos

Nunca foi meu hábito usar de linguagem tão sonora, epítetos outros mas, a minha indignação é tanta, por assistir na coxia a tanto desgoverno que me obrigo a descer ao formato que lhes assenta na perfeição!

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