CRÓNICA DAS VESTAIS SOCRATISTAS-SOCIALISTAS

E pronto. Para os lados do socratismo que nunca é de mais vergastar, a coisa que arrola Armando Vara nos maus lençóis consabidos inscreve-se numa guerra em que todos são putas da corrupção: Todos? Não. Há um íntimo reduto de vestais, onde se inscreve o grande e imaculado íntimo de Sócrates, Vara. Não houve erro de casting mais difícil de derrubar e abolir que Sócrates. Não foi fácil 'quebrá-lo' e higienizar a governação: ele tinha Pinto Monteiro e Noronha do Abortamento a servirem de escudos e que escudos! No fim de contas foi preciso que a governação daninha nos seus efeitos e evidências, assim como as circunstâncias internacionais jogassem uma cartada decisiva em nosso favor a fim de evacuarmos um delituoso sem escrúpulos que jamais se mancava. As manobras de Vara e Sócrates, ainda que configurasse o tal crime contra o Estado de Direito, nunca seria suficiente na lógica de omertà e de impunidade à Direita e à Esquerda, único pacto do Regime que suplanta quaisquer outros. Daí que as escutas deram no que deram, recortadas dos autos, limpas dos processos, numa caso que deveria suscitar a vergonha e o ridículo urbi et orbe. Pense-se por exemplo na subtileza legislativa que obriga a um pró-forma complexo para a obtenção de uma autorização as escutas: se fosse uma questão de vida ou de morte, de saúde ou estado terminal dos fundamentos do Regime, Noronha e Monteira limitar-se-iam a passar o atestado de óbito aos últimos vestígios de decência. Portanto, para os socialistas-socratistas, isto de encontrar podridão em Vara e em Sócrates não passa de estratagema e Manuel Godinho o pretexto, devido aos negócios com o Estado no ramo da sucata. Nós, que cuspilhamos e acusamos os políticos e os empresários Estado-dependentes de compadrios indecentes, que nos refugiamos em cafés, táxis e tascos  apontamos o dedo a um corrupto de cada vez. Às Segundas, pensamos em Duarte Lima e meneamos a cabeça para a sua desgraça. Às Terças, recordamos Oliveira e Costa e Dias Loureiro, levando os dedos ao nariz dada a pestilência e o cheiro a roubo grosseiro. Às Quartas, pousamos os olhos em Armando Vara, evocamos Sócrates e o respaldo de que ainda beneficia, aguardando instantemente que os seus largos milhões, centenas de milhões, sejam devidamente escrutinados a fim de compreendermos como foi possível tal espécie de comissionismo político ao mais alto nível temperado por imenso optimismo e um sorriso tãos rasgado, tão esgar, que só poderia ser explicado pelas delícias e os ganhos concomitantes e posteriores. A semana continua e a cada dia, um País Político que chafurda na mais asquerosa sujidade. Mas não as vestais socialistas-socratistas, mas não Paulo Campos, mas não a cambada de pulgões dos últimos seis anos, mas não a súcia da devastação económico-financeira que nos levou de padiola a esta pré-bancarrota. Umas das coisas que essa tribo vesga de vestais escamoteia e lhe convém escamotear é que, perante o efeito tampão Pinto Monteiro/Noronha Vozinha de Hélio, o mais certo é que qualquer investigação credível não chegue aos tribunais. Como é que se compensa em Portugal essa iniquidade? Enchendo compensatoriamente os jornais honestos com excertos cuidadosamente seleccionados por magistrados tão exasperados com a merda da impunidade vigente como eu, muitos jovens, muitos cidadãos que não dormem, excepto, claro, a Sociedade de Putéfias Vestais Assessores e Conselheiros Anais e Incansáveis do socratismo-socialismo. Não é, quase nunca é!!!, uma questão de não haver munição para ir tribunal ou sequer que os visados pudessem superar o estigma e o ordálio. O problema consiste no bloqueio mafioso da omertá instituída no cerne do Poder Judicial que joga o seu papel obstaculizador lá instrumentalizando a Justiça ao decapitá-la, castrá-la à raiz. Se podemos dizer sem errar que a competência dos políticos da bancarrota mostrou toda a sua valia e desgraça, é preciso sublinhar que foram absolutamente ajudados pela duvidosa integridade e fiabilidade, provadas e comprovadas, do Procurador-Geral da República e na do Presidente do Supremo, na mão de poderes maiores que eles. Portanto, a conspiração existe contra os Cidadãos e contra a Lisura num Estado de Direito é extensa e salvaguarda Criminosos, Ladrões associados à Esquerda Moderada de Língua e Sôfrega no Furto. A propósito das orgias venais Vara/Godinho/Sócrates, as vestais socratistas socialistas espumam de ódio e atiram-se à Direita partidária. Insultam o «rafeiro apoio da imbecil Extrema-Esquerda», como se na guerra contra corruptos e ladrões de magna estirpe essa Extrema-Esquerda devesse tomar partido pelo lado dos que ficaram com o Máximo do Bolo extorquido aos contribuintes, a Esquerda Moderada de Língua e Sôfrega no Furto. Enfim, apesar do estado lastimável e da fome que ronda as nossas cabeças, não houve ainda no Parlamento quaisquer consequências práticas das comissões de inquérito perante o servilismo tendencioso de  Pinto Monteiro e Noronha do Nascimento ao tomarem partido fácil, protegendo caninamente a Esquerda Moderada da Boca para Fora e Imoderada a Chupar. O que querem as vestais socratistas-socialistas? Equilíbrio. Que se refira qualquer coisinha acerca do caso BPN. Não lhes importa a verdade e as consequências dela para quem prevaricou. Apenas equiparação entre o Face Oculta e o BPN. O fim das violações do segredo de Justiça, dos sensacionalismos canalhas, da radical diferença de tratamento para os dois casos. Para as vestais socratistas-socialistas, no caso Face Oculta estamos obviamente perante uma «suposta corrupção supostamente usual de suposta pequena monta e assassinatos de carácter para efeitos de luta pelo poder». Claro, nem poderia ser de outra maneira. Do lado do BPN? Para estas bestas de carga da protecção e branqueamento do socratismo, estamos perante «evidentes crimes financeiros de uma dimensão cujo único adjectivo apropriado é este: colossal. De um lado figuras do PS, do outro figuras do PSD.» Parece claro que para as vestais socialistas-socratistas, nesta guerra de sujos e de ladrões e de malditos, a Direita Partidária é mais maldita, mais ladra e mais suja, pelo que nada como uma «comunicação social nas mãos dessa Direita mais facciosa ou oportunista»., enquanto a pobrezita Esquerda fica ali, coitadita, «sem voz jornalística capaz de se fazer ouvir e de desmontar as pulhices que assolam o espaço público como praga bíblica». Neste ponto, o leitor e analista destes merdas, chora. Não é que as vestais se atiram aos frequentadores de cafés, que somos milhões para suspirar o drama e a injustiça de as notícias dos robalos nos deixarem literalmente a «ulular, salivando os maiores impropérios contra a malandragem dos políticos por atacado com Sócrates»?! Nós, nos cafés, é que somos os tendenciosos que «como esponja dos ódios de uma nação de miseráveis» não nos mostramos igualmente sensíveis às «notícias a respeito de la vida loca em Puerto Rico». Nós, nos cafés, é que temos o grave defeito de só odiarmos e abominarmos Sócrates e os seus íntimos e não os outros da Direita Partidária, e com igual ódio e abominação. Que nos inclinemos a linchar imaginariamente quem liquidou o País e secundarizar os que se cevaram num Banco de Quarenta Ladrões é matéria inatingível pelas vestais socratistas. Talvez nunca possam compreender onde radica a as razões meridianas da nossa aparente «cumplicidade passiva para uns e alarve perseguição para outros». Mais que «profunda herança do salazarismo, pujante como há 40, 60 e 80 anos: o medo dos senhores do dinheiro», simplesmente um escolha baseada na Ética de Estado pela na liminar rejeição dos que directamente através de Políticas Desonestas e Processos Decisórios Desonestos passearam, com extrema contumácia, o topete de nos prejudicarem directamente a todos, entre sorrisos, retórica de pau engendrada ao milímetro em Gabinetes de Embair, revestidos do optimismo mais reles e enganoso. Caras vestais, o ódio nunca se divide pelas aldeias. Ele depende da incomparabilidade do grau de gravidade e do dano causado. Entre o caso BPN e o véu levantado às contaminações, manobras e extenso comissionismo político, em pleno exercício das máximas funções de Estado, no Face Oculta, não há que hesitar sobre o que abominar mais e contra o que ulular mais, coisa a que nos entregamos e somos milhões, todos os dias nos cafés, nos táxis e nos tascos.

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