QUE ESCÂNDALO DILECTO SE HÁ-DE PARIR?!

Corrupção. Tudo é corrupção. A maioria só é corrupta por covardia, silêncio e medo, o pior dos pactos. A minoria é-o por oportunismo no máximo aproveitamento da posição para amplo contentamento próprio, enriquecimento rápido e ainda mais rápida, ampla e eficaz chantagem sobre a maioria. Mas também é frequente que nessa reles luta tachista, os destachados, perdedores ressabiados, dediquem uma atenção particularmente venenosa em torno do foco supremo do seu amor: o tacho alheio, a posição perdida, a suposta vantagem do adversário. Por isso engrossam o olho a propósito dos adjuntos e assessores dos gabinetes governamentais, quando outros são os adjuntos, assessores dos gabinetes governamentais, a outra facção concorrencial. Em Portugal, exagera-se. Pensei sempre que essa imoderação contratacionista dos sucessivos governos toldaria a eficácia desisória e que, nesse particular, os governos socialistas tipicamente rompiam com todos os limites. E rompem. Simplesmente, visto que o 'exemplar' gastrónomo Pitta revela coisas aparentemente dignas de escândalo e mal-dizer do Governo Passos e da suprema Vítima, o Álvaro, conviria viesse alguém do lado visado clarificar o que o seu-dele Pitta dedo acusador repleto de 'moral' vem apontar. Assim, Pitta dixit que Governo de Passos Coelho nomeou, «nos primeiros 40 dias, perto de 600 colaboradores, adjuntos, assessores e especialistas, nomes disponíveis no Diário da República e no Portal do Governo», o que se deveria louvar pela transparência, mas questionar por comparação temporal com o regabofe socratista. Alguém o fez? Não me parece. Mas Pitta dixit também que «a comunidade portuguesa do Canadá tem sido muito activa: nomes, links de família, currículos, etc. Começa a ser vexatório». Mais veneno duplipensante pittalhesco no suculento observatório da sua especialidade dilecta, claro, mas poderá alguém lançar luz sobre esse tópico? O mais delicioso são as comparações ressabiadas do Pitta says como dos demais ex-assessores socratistas, ávidos de igualdade na razia de maldizer o maldizível perpetrada pela imprensa e por uma esmagadora e portentosa bloga. Mesquinho e duplipensante, Pitta compara e questiona, na sua subjectividade tendenciosa, coxa e alarve: «A imprensa, outrora tão interessada em questionar a marca das cuecas dos boys da PT (uma empresa privada) [repare-se no comentário absolutamente bêbado], está caladinha a ver se pinga. Se uma repórter do DN de quem nunca ninguém fixou o nome, consegue chegar a assessora de imprensa do ministro da Economia, auferindo por mês 5900 euros (mais ajudas de custo e subsídios de alimentação, Natal e férias), o melhor é não fazer ruído... Vem a talhe de foice recordar que a referida repórter, Maria de Lurdes Vale de sua graça, acaba de ser nomeada para a administração do Turismo de Portugal, lugar menos volátil que o gabinete do ministro Santos Pereira. Nunca se sabe o que pode acontecer nas próximas semanas...». Enfim, acho que o armistício de Passos relativamente ao passado recente socratista é uma abominação por causa disto, destas insinuações. Comparar o passado recente com o presente seria um serviço clarificador, um atestado e frugalidade governamental, e um investimento na confiança geral neste Governo. Não operacionalizar nem agilizar isto constitui uma forma de claudicar a bocas maldosas, a não ser que, mudado o Governo, no fundo, a pouco e pouco, o grande e silencioso núcleo de agregados aos sucessivos poderes seja esse magma lento da imutabilidade, típica dos negócios rendosos de família que nunca saem da família, do mesmo rodízio de privilégios sem partido, só com unhas, cunhas e conveniências. Estas coisas das nomeações, dos lugares, em torno da grande galáxia das governações em Portugal, deveria passar a ser, conforme prometido, muito mais claras a fim de não darem azo às bocas mais reles, mais hipócritas, mais baixas e mais facciosas dentre os espíritos mais torpes da bloga ou doutro lado opinativo qualquer.

Comments

Anonymous said…
"pittalhesco" está muito bom!

Ass.: Besta Imunda

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