ESTA BENDITA QUESTÃO DA RTP
«Nem déficit, nem austeridade, nem corte de subsídios, nem OE, nem desemprego parecem merecer tanta atenção de tanta gente — nestas últimas semanas — como esta bendita questão da RTP, da privatização da RTP, dos canais da RTP, do azeredo-supervisor (da RTP), do serviço público enquanto RTP (e vice-versa) meu caro Joaquim. A razão parece-me simples — a mim que sou frequentemente atacado por desconfianças: o controlo de informação, um padrão formatador da informação, a 'produção' da informação; e os entachamentos inerentes. À mistura poderemos ainda encontrar, sem dúvida, ideologia, preconceitos e tentações totalitárias. O Ministro Relvas, para mim, não me parece mais do que um maioral partidário que dentro do Governo "se ocupa" desta questão. Devemos pois aguardar com prudência o que de lá vier — e não com optimista e alegre confiança. Sousa Tavares — esse tudólogo — escreveu que "a privatização de um canal RTP é um projecto pessoal de Relvas"; não podemos (ainda) ir tão longe como Tavares, pois falta-nos a bola-de-cristal e o domínio do Livro das Revelações (que manifestamente tavares tem...). Mas podemos esperar uma daquelas soluções empeixadas, bem à portuguesa, em que várias famílias venham a ser satisfeitas no processo sem que se perceba o que é "serviço público" ou mesmo "QUANTO é decente gastar com a RTP". A esta altura do campeonato nada disto tem ainda resposta — e teria sido tão fácil. Se tantos familiares e amigados do regime não estivessem agarrados à nossa televisão nacional também seria mais fácil decidir e escolher caminhos. O aventalismo traficante de ordenados e colocações também joga (e de que maneira) neste tabuleiro viciado. Juntemos a isto as esperanças de certos sectores no negócio com a privatização e está enleado um novelo que poderá muito bem viajar por toda a Legislatura sem um fim perceptível. "Serviço Público", pois sim...» Besta Imunda
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