O DRAMA INGENTE DE VILLAS-BOAS

Perder da forma como André Villas-Boas tem perdido para os rivais directos, em terras inglesas, parece absolutamente inesperado dado o valor do jovem treinador. AVB está associado a algo precisamente nos antípodas de esse tipo de cenários: vitórias consecutivas, recordes batidos, liderança inquestionável e inquestionada, assertividade, retórica altamente motivadora das suas hostes, vantagem moral e competitiva. Se as coisas não decorrem como deveriam, a razão só pode ser simples, embora, por enquanto, apenas possamos especular: não será por falta de valor nem sequer de liderança, nem por erros de juízo e avaliação dos adversários. Simplesmente, um grupo daqueles, composto por jogadores tão primadonnas como aqueles, só após radical reformulação carburará. Também não excluo a conspiração ostracizante do establishment futebolístico doméstico. Talvez uma pedra a mais e a seu favor no balneário do Chelsea, Álvaro Pereira, por exemplo, fizesse alguma diferença. É esquisito que pareça tão isolado e mal sucedido. É como se a maldição de abandonar tão traiçoeira e inexplicavelmente um FC Porto rendido a seus pés o assombrasse triplicadamente, pois fomos milhares a sentir desalento e pena por essa deserção. Pena será se a cadeira de rodas ou os patins que Roman Abramovich ameaça oferecer-lhe, o impedir de provar finalmente ao que veio e o mérito puro que lhe pertence por direito. Desejando que AVB dê a volta por cima e bem por cima, no entanto, provando esta embaraçosa ambiguidade a que não posso escapar como portista, aporta-me à memória qualquer coisa como isto dos Waterboys:  You climbed on the ladder / And you know how it feels / To reach too high / Too far / Too soon / You saw the whole of the moon!

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