«MAIS QUE POLÉMICO, ERA JAVARDO»

«Ídolos não tenho, mas admiro o trabalho de muita gente. Para além do Bocage, Shakespeare, Becket. Mas gostei de trabalhar com o Viegas, que era uma referência. Considerava-o uma espécie de Bocage dos nosso dias, um tipo incrível. Era um gajo muito mais mordaz do que se possa imaginar. Fazem falta tipos assim, esse tipo de actor não existe, toda a gente quer fazer a sua carreira certinha, o Mário estava-se nas tintas para isso, sempre foi muito caótico. Quando andava com ele nunca se sabia o que ia acontecer. Era um tipo muito revoltado mas que adorava viver e que extravasava para o espaço público toda a sua loucura, ele fazia de si próprio o espectáculo. Mais que polémico, era javardo, nada era sagrado para ele, tudo era passível de riso e de escárnio.» Miguel Gilherme

Comments

Anonymous said…
Mário Viegas - um 'tipo' lá de Santarém como eu - tinha a quem saír: seu pai, o Dr. Viegas - fleumático farmacêutico - estava frequentemente ao balcão a atender 'o povo'. Um dia, e a propósito do programa "Palavras Ditas" que o Mário tinha à época na RTP (a do Serviço Público verdadeiro...), uma senhora desabafava e dava alguma graxa ao velho: "- Ah Sr. Dr., vi o seu filho ontem na TV; que figura! que bem que diz! que presença! e que belo rapaz!..."
resposta do velho, sem levantar as lunetas da receita: "- É porque é parecido comigo; 'se saísse' à mãe era um estafermo..."

Ass.: Besta Imunda
floribundus said…
más línguas:
disse que viveu com la Féria
este desmentiu

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