SER OUTRO, NUM PAÍS QUE NÃO SE TOCA

Muitas e muitas vezes, as coisas (em) que pensamos e em que acreditamos
não podem ser escritas por nós. Outros, proféticos e compactos, as dizem. 
Antecipam-se-nos nessa Rara Ousadia, em Portugal,
com que se exprime a dura verdade da falência espiritual de um Povo, 
precisamente Agora. Hoje. 
Mas até as pedras gritariam, se os blogocidadãos se vissem amordaçados 
e constrangidos ao silêncio da submissão.
É nessa perspectiva que me sinto irmão-de-espírito 
do meu querido amigo João, 
comungando inteiramente o que a seguir dele se transcreve:
(Os relevos são da minha iniciativa.) 
lkj
- muito bem feito, aliás - 
de "balancear" o ano que termina. 
Não faria nem diria seguramente melhor ou muito diferente. 
Permito-me, no entanto, acrescentar dois temas que marcaram o ano nacional. 
O aborto, em cuja campanha contra o "porque sim ou porque me apetece" 
participei, e a independência de espírito, ou melhor, a falta dela. 
lkj
O absolutismo democrático do PS calou a sua esquerda 
e enrouqueceu o dr. Louçã com a aprovação da lei do aborto 
para melhor poder assentar esse seu absolutismo ensimesmado 
na vassoural figura do chefe. Foi um passo em frente no "progresso" 
- reparem como o ano encerra com um país mais rico, 
próspero e confiante justamente em homenagem ao retórico "progresso" 
e prenhe de excelentes perspectivas de renovação populacional - 
e um passo atrás noutras coisas que agora não interessam nada. 
lkj
Aliás, a cumplicidade da hierarquia cortesã da igreja neste "progresso" 
ficou bem ilustrada na eloquência do seu silêncio. 
Depois, a falta de independência de espírito que marcou, 
e marca como uma doença incurável e terminal, 
toda a sociedade portuguesa. 
Senti isso de perto quando vi amigos de anos 
e de intimidades feitas afastarem-se, 
rendidos e vendidos à insolência dos tempos e curvados aos altares da correcção. 
Sente-se isso todos os dias no nepotismo primitivo 
com que se embala a pretensa democracia caseira, 
onde pequenos ogres prosperam como varejeiras sobre a merda. 
Sente-se isso na fala dos "comentadores" do regime, 
falsos "independentes" sempre de bem com quem e com o que está. 
Sente-se isso na gente que ocupa lugares e na gente que distribui os lugares. 
A falta da independência de espírito corrói e infantiliza. 
Jamais chegaremos a uma democracia madura com gente vergada, 
mansa ou amansada pela tirania do correcto. 
Também pouco importa que cheguemos a lado algum. 
Tempo de chacais e não de leopardos, 
tempo de Sedaras e não de príncipes de Salina, 
este é um momento impróprio para os verdadeiros aristocratas de espírito 
que aqui saúdo. 
lkj
Pertencer a outra coisa que não a isto, 
mesmo continuando a falar disto, é a vantagem deles. 
É ficar - ou sair, como preferirem - por cima.
lkj
in Portugal dos Pequeninos
Comments
Nem quero acreditar que depois dos enchidos de fumo a ASAE venha também querer higienizar os blogs!
Um abraço a este fumeiro
A terminar o ano de 2007 quero agradecer-te a pessoa que és e que me tem visitado e deixado mensagens de valor inestimável.
Que o Novo Ano de 2008 te traga tudo o que desejares
Beijinhos
ano novo, vida nova.
Dentro do espírito fraterno que nos une, o Marreta, juntamente com uma comissão de festas independente a eleger, propõe-se organizar um repasto-regabofe-farra gastronómica de confraternização, troca de ideias, ideais, e puro convívio degustativo e copofónico.
A localização do evento será escolhida com o acordo da generalidade dos comensais, no entanto o Marreta poderá desde já adiantar dois menús possíveis que de certo irão ao encontro dos diferentes gostos pessoais:
MENÚ 1:
- HORS D'OEUVRES:Pâté au trouffes
- SOPA: Consumé de perdiz
- PRATOS: Chateaubriand, Tornedó au molho de Bérnaise
- VINHO: Bordeaux tinto 1935
- SOBREMESA: Creme de frutas e cassis
- Café
- Whiskye Cardhu 50 anos
Preço: 100 euros/pax
MENÚ 2:
- ENTRADA: Pézinhos de coentrada, salada de orelha de porco, torresmos, azeitonas e tremoços
- SOPA: Caldo de beldroegas
- PRATOS: Grão com mão de vaca, Feijoada à Transmontana, Jaquinzinhos fritos com arroz de pimentos
- VINHO: Tinto a jarro, branco à pressão (origem e ano desconhecidos)
- SOBREMESA: Fruta da época, Baba de Camelo
- Café
- Bagaço caseiro, aguardente de medronho directamente do produtor
Preço: 9,50 euros/pax
Agradece-se a quem estiver interessado em comparecer que confirme o mais antecipadamente possível (através da caixa de comentários do blog), pois devido à previsivel enorme afluência, a reserva do restaurante terá que ser feita com alguma antecedência.
Aceitam-se sugestões de locais, restaurantes, ementas, datas e tudo o que por bem contribuir para o sucesso da grande farra.
A bem da blogosfera,
o Marreta.
;D
Venho aqui propositadamente para te desejar um Próspero Ano Novo. Faço-o em meu nome pessoal, em sinal de reconhecimento pela amizade e estima.
E também em nome do NOTAS SOLTAS, IDEIAS TONTAS