PASSOS NÃO É SÓCRATES
Alguns socialistas murchos, outrora impassíveis e agora nostágicos de quando eram eles a mentir ou a servir de guarda-costas à mentira, vendo no saque ao subsídio de Natal a oportunidade perfeita para assimilar Passos aos lugares comuns acentuados por Sócrates, vêm recordar-nos a lei inexorável da traição à palavra dada no exercício do Poder. Mas há aqui uma distinção a operar. Sócrates nunca tirou o pé do acelerador de quaisquer erros nem mesmo da inconsubstancialidade entre as palavras ditadas pelo teleponto e realidade sofrida pelos cidadãos. Nunca se furtou a mais dívida, nunca a susteve e, pior, nunca refreou o luxo que tomava para si naquele absoluto e criminoso escárnio da nossa penúria. Mesmo nos piores momentos do País, com os juros a escalar, insistiu em almoçar com requinte nos melhores restaurantes de Lisboa para engolir os melhores nacos e insuflar-se de pose, sempre escarninho e indecente, apesar dos insultos da clientela que não se coibia em recordar-lhe o escândalo de, em face dos apertos em que mantinha o País e das mentiras em que cinicamente persistia, se locupletar como um déspota africano qualquer. Quando ia a Milão, num saltinho de Falcon, a comprar os seus fatos caríssimos e paradoxais, as suas peúgas e as suas boxers de seda, desembolsava a doer e sem remorsos, apesar de por cá as gentes resvalarem para o desemprego, a míngua, a fome. Viciado em si mesmo e na satisfações dos seus sentidos, fez-se primeiro-ministro para si mesmo e para os seus. Contra o que Marcelo Rebelo de Sousa defende, há uma prisão seráfica e vexatória a aguardar tal criatura. As razões são infinitas. Tal criatura, imiscível com gente, nada tem a ver com Passos, cujo percurso fez-se segundo princípios de modéstia e moderação. O novo primeiro-ministro mostra empatia total com as pessoas, gosta da gentes por si mesmas e não por que lhe afagam o ego, sabe sofrer e misturar-se connosco, é um de nós. Compadece-se realmente dos cidadãos e por isso fará, tal e qual, os sacrifícios que é forçado a submeter-nos e tomará as decisões que tiver de tomar segundo o interesse geral, por demasiado tempo espezinhado pelos socialistas. Portugal precisa da Sorte invocada pelo ministro Gaspar, mas precisa especialmente dos velhos sentimentos imortais compendiados na mente e no coração dos que vivem segundo o Espírito: Verdade Honesta, Compaixão Actuante, Justiça Imparcial. Deste lado, a mesma vigilância ardente de um ardente patriotismo.
Comments
Ass.: Besta Imunda
Apenas uma coisa pode ser idêntica a si mesmo.
Mas é igual...
queixa-crime por gestão danosa
Por que é que Passos é santo, mesmo mandando-nos para o inferno?
Clubismo, tudo bem! Partidarismo clubista, por favor... a gente também pensa.
DAS PROMESSAS À REALIDADE Então e qual foi o VISTO FAMILIAR ao IMPOSTO DE NATAL?
Espero, assim, que a medida seja implementada com maior justiça social, mesmo que me prejudique a título pessoal, já que sou um jovem solteiro que ganha mais que um salário mínimo. O ridículo é este: se retrocede-se 10 anos, o meu pai (pouco mais ganhava que o salário mínimo), então pai de família e a única fonte de rendimento da mesma, pagaria mais do que eu hoje vou, em principio, pagar. Mais justiça social exige-se.
(não me perdoem os restantes erros ortográficos, não me ajuda em nada).