MAIS UMA LEBRE DO SOCRATISMO


Quando Pedro Marques Lopes revelou insonsamente que se pôs recentemente a reler a Biografia de Cavaco e citou o que lá consta do pensamento cavaquiano acerca dos governos minoritários, como situações tipicamente insustentáveis e indesejáveis, postulados hoje perfeitamente anacrónicos, confirmei a enorme intuição que João Miguel Tavares rasga a bisturi: Pedro Marques Lopes, um simpático portista no Duplo Queixo do Mal, é uma espécie de lebre comentatória, mais uma!, do socratismo, esforçadíssimo em disfarçá-lo, ao estuto de roedor do Sistema. Lebre posta a perorar umas coisas dolentes de independência e equidistância relativamente ao seu PSD. Pois... Não faltam agentes duplos mediáticos naquela ambiguidade sorna tão conveniente ao pauis socratinesco. É amplo e compensador o Grande Fechar de Olhos Nacional às manigâncias torpes do inefável tirano. Escreve, e muito bem, o mesmo João Miguel: «O artigo estava elaborado naquele tom toca e foge que Marques Lopes parece apreciar, e que consiste em não apontar o dedo directamente a ninguém mas deixar pistas suficientes para os visados poderem enfiar o clássico "barrete". Pedro Lomba enfiou (seria uma extraordinária coincidência que a frase "E ai do director que resolva prescindir dos meus serviços. De certeza absoluta que foi por eu ter ameaçado os poderes estabelecidos" fosse dirigida a outra pessoa). E eu também enfio, porque sempre é preferível enfiarmos os nossos próprios barretes do que andar a enfiá-los aos outros. Se não se importam, fico com aquela parte em que Marques Lopes fala do trafulha que insulta para sair da "obscuridade" e fazer crescer a "cotação no mercado dos media". É um dos meus excertos favoritos.» Definitivamente, isto está bem é para Pedros Marques Lopes.

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