ÁS, NO ENTANTO...

O monstro golpeava e escondia a mão, fingia omnipresença:
nas trevas era um ás,
no entanto, deparou-se com uma resistência luminosa.
Esse facínora insistia na aleivosia, mas só contundia o ar com os seus golpes:
na maledicência era um ás,
no entanto, encontrou um não resoluto ao seu putativo terror, à ameaça sua putativa.
Esse desertor da humanidade revisitava o prórprio veneno depositado:
na basófia psíco-psiquiátrica era um ás,
no entanto, nunca levava a melhor.

Inesgotável esgoto, o energúmeno foi, no mau cheiro, um ás,
no entanto...!
Um pára-lamas fora de prazo em vez de cérebro.
Um ás, no que em vão queria.
Um ás, no que debalde empreendia.

Ás no lado negro, sem sentido de humor, sem o contraponto de um rubro coração amoroso face à minha, muito minha, Arte!

Sim, esse monturo de fel foi um asno,
um completo asno enquanto pôde.


Joaquim Santos

(Derradeira metabolização textual, ou exercício retórico, relativa ao sobejamente conhecido anónimo, acidente-feito-homem e pseudonimista, Gaydes, Xico Gaydes).

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