ADRENALINA E NEGLIGÊNCIA MATAM

Todos morreremos, mas é possível uma espécie de acordo tácito no mais íntimo de nós que retarde sensatamente o trânsito desta vida para Outra Coisa. Lições, essas retiram-se dos factos e dos actos que denotem aquela imprudência e aquela temeridade mortíferas, normalmente associadas ao vício da adrenalina pela sobreexposição  de si mesmo e dos demais  ao perigo. Perder-se e perder a outros, eis a única tragédia, sobretudo quando tudo parecia estar conquistado e havia, como se percebe, não pequeno talento no jovem Angélico. Descanse em paz.

Comments

Miguel Rocha said…
Há pouco tempo discutiu-se aqui o assunto da eutanásia, este é daqueles casos em que se deve poder desligar a máquina, se assim concordar a família. Ele já não têm consciência, está morto, é apenas um corpo cujos organismos funcionam. Existem alguns casos excepcionais, e após uma profunda deliberação, em que se deve admitir a eutanásia. Quanto ao caso em si, adrenalina pode-se ter com segurança. Pela sua fama entre o público jovem, que se torne um caso que sirva de exemplo. A série da "morangada" também fazia bem em reflectir sobre estes assuntos (não sei se faz, não vejo).
joshua said…
Também nunca vi, Miguel. Nunca, nunca. A adrenalina é uma coisa boa, desde que tenhamos as rédeas, auto-administrada com todos os procedimentos de segurança e atenção pela integridade do próximo.
Anonymous said…
Miguel,

Na verdade a eutanasia nao tem nada a ver com este caso, uma vez que o paciente ja esta, efectivamente, morto. Morte cerebral implica que os comportamentos involuntarios essenciais 'a vida deixam de ocorrer - os organismos nao funcionam, uma vez que a funcao depende exclusivamente da maquina.
Miguel Rocha said…
A distinção é meramente legal ou também clínica, isto é, pelo facto de o cérebro estar morto existe uma diferença? Eu compreendo que, de facto, não seja bem a mesma coisa. Mas, vejamos: Ariel Sharon está desde 2005 ou 2006 em coma, ou pelo menos ligado a um respirador artificial. Presumindo que o cérebro dele funciona, conjugada com a sua avançada idade, e que não existe fórmula de no curto espaço melhor a sua condição de sobrevivência (ou vida,se é que se pode considerar), é ou não correcto "provocar", ou melhor, permitir a sua morte. Temos de ver que a medicina moderna, por vezes, apesar de garantir a sobrevivência, coloca a vida numa situação, que já nem me parece vida (como o caso de Ariel Sharon). Atenção! Não é uma questão fácil e leve. Mais, usar a palavra liberalizar neste assunto é incorrecto, desonroso, anti-humano e potencial transmissor de ideias macabras. Vivemos em sociedade, uma relação constante entre indivíduos. Nenhum homem é uma ilha, ele afecta e é afectado por todos.
Miguel Rocha said…
http://youtu.be/y22WfVOw1wM

De facto, qual o significado da vida??

Amor, "a única palavra que inclui todos os princípios e conjunto de valores morais do homem", e porque a vida é "sexualmente transmissível ela é contagiosa".

Por isso, viver sem sentir amor é viver??
Teresa said…
Qual é a pressa de eutanasiar neste caso? Não faz qualquer sentido, não se aplica aqui, isso será só para casos muito arrastados de doenças terminais sem cura, e muito idosas por exemplo, em que a pessoa esteja num sofrimento inútil arrastado sem esperança alguma. Neste caso, de um jovem acidentado, claro que o correcto é tentar até ao fim salvar-lhe a vida, ainda por viver, pois há sempre casos em que se recupera, em vez de estar cheio de pressa para o matar. O juramento de Hipócrates é pela vida e não pela morte.
Anonymous said…
Realmente é sempre difícil ter que "decidir" se desligamos a máquina ou não.

Ficará sempre no ar o "e se...".

Assim como se tornou um "ídolo", um "Deus", um "imortal" para muita juventude, a tal "morangada", concordo com o Miguel Rocha, agora deveria servir, também, de um GRANDE exemplo.

Tudo o que aconteceu é um ato de verdadeira reflexão para estes jovens que, infelizmente, vivem num "mundo" de ilusões, de séries de tv, de Playstations.

Espero que, com isto tudo, porque afinal o mediatismo recaiu sobre o Angélico, também não esqueçam que foi "desligada" mais uma máquina, a da vida de um dos jovens que com ele viajava, e até agora ninguém sabe se mais alguma máquina será "desligada" já que não se fala da jovem de 17 anos que também se encontra em risco (talvéz por pedido dos pais, e respeito bastante esta decisão se assim foi).

Correr riscos, sentir adrenalina, sim é bom, mas de que nos vale se isso implica perder a vida e tirar a dos outros.
Anonymous said…
Miguel, neste caso NUNCA poderia haver eutanásia pelo simples facto do indivívuo já estar morto!

Eutanásia aplica-se em quem ainda está vivo. Há individuos que estão em coma mas vivos, este senhor não está em coma está, infelizmente e para grande tragédia da sua família, morto! apenas sobrevive artificialmente com a ajuda da máquina.

o debate quanto a desligar ou não maquina não se coloca neste caso, porque infelizmente ele está morto. só há lugar a esse debate de desligar ou não 1 máquina (debate esse intrinsecamente ligado ao debate da eutanásia de resto) se com a máquina a pessoa vive. Não é o caso, ele não vive...não há actividade cerebral, está clinica e juridicamente morto.

Não há qualquer decisão a tomar, porque não há qualquer vida a salvar, porque infelizmente aquele corpo não tem já vida.

De todo este lamentável e triste episódio, resta-me deixar uma palavra de coragem à família, em particular à mãe do angélico, perder um filho é terrível,sendo ele um filho único será particularmente doloroso para a senhora. E lamento profundamente a sua dor.....
Anonymous said…
Que esta historia trágica sirva de exemplo, pois nao teve culpa do pneu arrebentar, de certeza que o cinto de segurança era fundamental neste e em muitos casos! Os carros qualquer que seja bmw ou um fiat é uma arma carregada na mao de um ser humano pronta a disparar! Malta jovem o alcool e estupefacientes não combinam com condução!
Meus pessames à familia!
Anonymous said…
A decisão de desligar a máquina em casos de morte cerebral nem sequer compete às famílias. Zero a ver com a eutanasia.

Virginia
Miguel Rocha said…
Certo, "zero a ver com eutanásia", mas eu continuei e exemplifiquei um caso concreto em que o cérebro não morreu. A pergunta essencial é esta: o que é a vida? e quando termina ela? Isto é, o que é viver? Daí ter enquadrado o meu comentário com grande documentário.
Anonymous said…
Desculpe Miguel, confesso que a minha visita aqui ao blog hoje foi meio apressada e por isso só li o primeiro ou os primeiros dois comentários.

Cumps

Virginia
Miguel said…
Não tem porque pedir desculpa, nem me senti ofendido, nem a quis nomear em particular.

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