O DESORGASMO PARTICULAR DE PITTA

E depois veio Pitta, sibilino, desmanchar o, nas suas palavras ressabiadas, «orgasmo colectivo dos media» por Passos e os seus quatro acompanhantes terem viajado ontem para Bruxelas em classe económica. Diz ele, lúcido como uma convenção de alcoólicos inveterados, que «tudo isto é uma pepineira. Em nome da austeridade, o PM obriga a companhia a mudar toda a logística de vôo, porventura a antecipar o overbook. Estranho mesmo é ninguém ter-se lembrado de perguntar: E o Falcon do governo? Foi para a sucata?» Cego, obstinado e nostálgico das grandes orgias de despesa funcional da era socratista, deveria ser gritado ao gastrónomo Pitta que a diferença, com Passos, está no uso sóbrio, moderado e exemplar seja do que for ao dispor de um primeiro-ministro finalmente sensível e finalmente humano. Que o exemplo é tudo. Para bestas empedernidas e solipsistas bastaram seis anos errados e erráticos ao ponto da ofensa e do crime mais torpe com recursos públicos. Mas enfim, quem quiser aprofundar o espécime pitosga, dever ler isto para ficar, salvo seja, por dentro de Pitta e do Pittismo: «Quando ele chega, uma glória fácil espalha a sua luz e converte tudo em luxo, degustação e volúpia. Ou, nas palavras do artista, “gossips and drinks”. Não fosse ele poeta, não fosse a sua exuberância de clown admirada pelos seus pares como um equivalente alegórico do acto poético e aplaudida como um feito da mais genial “bouffonnerie” (é ele que fala da “versão madeirense de ‘La grande bouffe’”) e ninguém lhe perdoaria a licenciosidade com que transforma um festival literário num piquenicão para “happy few” (utilizando uma expressão que lhe é cara).». Os bons restaurantes por que Pitta saliva, o luxo por que Pitta verte perorações e exclusividade de classe, o bom gosto à Pitta e a fartura à fartazana antiga à la Pitte, tudo isso veio e foi com uma forma de Poder rançoso que Pitta defendeu até que a voz lhe doesse, e onde ética, valores, exemplo, deixaram amplamente a desejar porque gastar obscenamente, ofender o interesse público, esbanjar, foram lei absoluta socratista.

Comments

Miguel Rocha said…
Esqueceu-se dos ideias de igualdade do socialismo e da dita esquerda, baluarte da luta contra os pobres, desculpem-me queria dizer pobreza...
Anonymous said…
Pitta é uma porteira despeitada e invejosa; daquelas que, de vassoura na mão e trajando de chita, linguareja vilanias acerca dos habitantes da rua. Com uma bolsa na frente da bata - que a faz mais gorda e ovóide. Usa por isso os termos 'da populaça', daqueles termos que também as kátias das TV's usam nas suas reportagens: diz então "...e o Falcon do governo? Foi para a sucata?". Para esclarecimento da pittosa criatura, o "governo" não tem Falcon; quem 'tem' é o Estado, e está a cargo da Força Aérea Portuguesa operar a dita aeronave. Na verdade não é um, mas três - com os números de cauda 17401, 17402 e 17403 (Falcon 50, fabricado por 'Avions Marcel Dassault, France'). As porteiras e as Kátias - que nada sabem - acham sempre que 'só há um'. Só fazendo as contas se poderá apurar se Passos - ao não usar "o" Falcon - de facto corta nos gastos. Também é preciso saber se estão operacionais e se têm combustível; também é preciso saber se o PR (ou alguma emergência verdadeiramente importante) não têm um desses aviões reservados, e em estado de voar. Uma coisa é certa: o PS deu um uso excessivo e ladrão aos pobres aviões da FAP nas últimas legislaturas, tendo o ex-ministro Mariano Gago usado 'o tal' Falcon para ir de férias (as férias do casal...) com a sua digníssima para a Grécia; e para outros lugares. O último governo usou a FAP como taxista mal-pago (ou mesmo não-pago) para seu próprio benefício pessoal, particular, familiar. Talvez por isso seja mesmo necessário comprar bilhetes à TAP. O Pitta é rasca; o Pitta 'é pobre'; o Pitta é bimbo; o Pitta usa largas cuecas e vastíssimos 'sutiãs' adquiridos em lojas do Bairro de Alvalade; o Pitta é parvo.

Ass.: Besta Imunda
Miguel Rocha said…
Este texto do Besta Imunda lembrou-me do manifesto anti-Dantas. :D
joshua said…
LOL, genial, meu caríssimo amigo! Abraço!
100anos said…
Nem mais: o pitta é uma besta que há-de pittar cada vez menos, pois os patrões agora foram para o desemprego.
Pitta que o pariu.

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