COBRIR A CARA, DESCOBRIR OS PÉS

Nada me tira da cabeça que este assédio aos dias que eram de férias e passam a dias da produtividade, lesarão o sector do turismo e da restauração. Sem pontes, ninguém viaja cá dentro. Se não se viaja, ou viaja menos, cá dentro, tudo o que aqui e ali floresceria, definhará pela certa. Cobre-se a cabeça, descobrem-se os pés: «Os preços baixaram, mas há menos gente a querer festejar o novo ano. O Algarve como que hibernou e não será a festa de despedida do ano que o fará despertar.»

Comments

Anonymous said…
Estamos e estaremos numa fase estúpida, imperfeita, pobre e mal-cheirosa. tudo tem inconvenientes: as portagens levam gente ao desespero, no interior e no litoral do País; professores e outras pessoas trabalham a centenas de Km de suas casas; pequenos negócios - já frágeis - perecerão. Mas, por outro lado, as portagens são agora "a grande esperança" de muitos restaurantezecos e estaminés beira-de-estrada-nacional. Aqueles justamente que as Scut, as Ás e o 'progresso' haviam relegado para a penúria. Agora, à beira da estrada, o Zé-dos-Leitões, o Escondidinho-do-Barrasco, o Zé-dos-Anzóis esperam e rogam aos Céus - com fervor - que as portagens disparem, e que as suas testadas se transformem em infindáveis engarrafamentos; assim foi reportado. No 'interior', aquele que tem negócio estático e loja aberta clama por mais portagens; aquele que tem que se deslocar e transportar dá raivosamente tiros de caçadeira nos pórticos e quer beber o sangue ao Ministro. Bizarro.

Ass.: Besta Imunda
Miguel said…
Para mim o problema não está nas portagens em si, até porque sou defensor do princípio do utilizador-pagador. Podemos discutir o valor das mesmas, mas, apesar disso, o essencial é discutir os acordos ruinosos que as ex-scut (e outras auto-estradas) representam para os contribuintes. As auto-estradas não são de graça, seja com ou sem portagens. Agora, auto-estradas que assentam em antigos IP's «modernizados» pelos concessionários é um roubo ao contribuinte. Pode não passar um único carro que o concessionário tem o dele garantido. Mais um negócio, mais uma renda, mais um factor para diminuir a competitividade. Tudo graça aos últimos governos e deputados desta nação. Obrigado Paulo Campos, obrigado Sócrates, obrigado Mota-Engil, BES... Só são mais umas pontes sobre Tejo (outro grande negócio!).

Por bom que seja ter as contas em ordem (ao contrário do anterior governo), um governo, para ser de sucesso, só pode ir mais além. Agradecia-se que este governo, em 2012, fosse capaz de defender e respeitar os contribuintes da fazenda. Não acredito nisso, vamos ver.

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