FC PORTO E O TAL JOGO ZENITAL

A hora hidra, hora crítica, chegou para Vítor Pereira e o nosso clube. Liderar ou não liderar o jogo de todos os jogos, o cheiro aos milhões e ao prestígio do Norte? Ficaremos a saber, não tarda, se o nosso FC Porto se emendou dos braços de ferro de balneário e da renitência em campo; se fará contra o Zenit, como lhe incumbe, um jogo de classe e transcendência, coisa que a Liga dos Campeões desde sempre lhe suscitou. Continuar na Champions é a grande vocação do Dragão, mas há incerteza e hesitação entre os adeptos: não sabemos se o prolongado enguiço futebolístico terminou de vez e por isso esperamos para ver. Seria bom que desde logo Pereira soubesse evitar os empolamentos verbosos da sala de imprensa e os grandes embalos liriquistas à la JotaJota. Já basta este, habituado a engolir os sapos que ele mesmo engordou antes ou depois de ter prometido a Lua aos adeptos: «O carácter, o colectivo, a competência, esses são os nossos argumentos. É com base neles que estamos a lidar com este jogo e será com estes argumentos que iremos esgrimir com o Zenit.» Seja. Mas seria por demais bom esgrimir uma linguagem nova, forma de ser lacónico, eficaz, um discurso que mordesse mais, instigasse mais, desconfortasse mais adversários, picando duplicadamente o balneário como o fuso a mão desajeitada da Bela Adormecida. Alguém ensine ao Vítor a falar nas entrelinhas, a dizer, não dizendo; a sugerir, não abrindo as pernas. Elegância sem redundância, precisa-se.

Comments

Popular Posts