TRAPEZISTA ATÉ À DERRADEIRA

Por ter malbaratado todo o capital de confiança com piruetas e contorcionismos aos factos, com constante desonestidade intelectual e tácticas de manipulação das evidências, qualquer vitória ou nota de optimismo alardeada por esta Ainda-Titular da Educação merece da generalidade dos observadores sérias reservas, para não dizer todas as dúvidas, dados os habituais critérios mistificatórios que lhe presidem. Seria muito mais avisado e tranquilizador para a Opinião Pública delegar a formulação de exames em entidades independentes, absolutamente livres e não politizáveis, insusceptíveis de pressões e metas de ostentação política. A Sociedade Portuguesa de Química, por exemplo, como outras sociedades equiparadas, contribuiriam para aferirmos devidamente o grau de consistência dos resultados. A conversa propagandesca da insuportável ainda-titular do cargo de que se «está perante novos patamares de insatisfação que resultam de uma maior exigência com a escola pública» não colhe. O facilitismo está efectivamente instituído. Onde pára a exigência?! O modelo ministerial ignora a vertente económica familiar e o contexto social das aprendizagens, colocando hipocritamente todo o ênfase na dimensão lectiva. Modelo burocratizante e penoso, no plano disciplinar, para os docentes. Facilitista em praticamente todos os parâmetros para os alunos. Facilitista quanto aos critérios de exigência sobre eles, uma vez que está instituído o princípio da transição automática e o cerco burocrático à docência vai no sentido de se facilitar essa mesma transição sem méritos, sem competências consolidadas. Não há absolutamente nada que esta Tutela possa fazer para descolar de si a imagem mistificatória e estalinesca de quem se apanhou na 5 de Outubro para esmagar com ficção a mais cristalina realidade negada e renegada: quatro anos e meio depois, não se trabalha melhor nas escolas nem se reproduzem melhores resultados escolares. Em vão a estatística agredirá a realidade. Quem está no terreno sabe o que se passa com os esquemas que encurralam e pré-determinam certo tipo de resultados. Perde Portugal. Perdem infinitamente os portugueses: «Hoje, a ministra da Educação voltou a referir-se aos exames da 1.ª fase. Disse que à excepção de Físico-Química, a primeira fase de exame nacionais do ensino secundário merece um balanço “positivo”.»

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