IMACULADA CONDIÇÃO DE SIBILA INDUBITÁVEL

Sobre o que Cavaco Silva veio dizer desta vez, já muito foi escrito e dito. Ele não veio em defesa dos funcionários públicos, mas quebrar a solidariedade com um Governo recém-empossado e veio pregar mais um pregro no caixão da legitimidade democrática para abrir caminho a um putativo projecto de Governo de Salvação Nacional encabeçado por si, presidente de todos os portugueses que desejem suspender a democracia por uns meses ou uns anos e resolver as coisas doutra maneira. Ele faz parte da classe social dos insensíveis às condições de vida e dificuldades daqueles que há muito sofrem toda a espécie de faltas e carências. Se tivesse sido sensível aos que sofremos e padecemos faltas e carências, teria dissolvido a tempo e horas um Governo UltraDesonesto e UltraDespesista, como o de Sócrates, a tempo de impedir as medidas draconianas agora em perspectiva. Havia em Cavaco um homem absolutamente satisfeito e deslumbrado com as sacanices de Maria de Lurdes Rodrigues, títere do honestíssimo de Sócrates, ao caluniar e 'pôr na ordem' os desprezíveis professores: afinal o crime compensou e a desonestidade fez sentido, estamos muito melhor agora. Conivente nesse assassínio de uma classe profissional, não se pode dizer que lhe conheçamos convicções a não ser a da sua imaculada condição de sibila indubitável e não passível de enganos.

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